Algarve: Presidente da ACEGE pediu aos empresários e gestores que conciliem trabalho com família

«Temos que dar um contributo para uma economia de valores», defendeu João Pedro Tavares

Portimão, 21 jun 2018 (Ecclesia) – O presidente da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) incentivou cerca de 65 empresários/gestores na Diocese do Algarve a tornarem o trabalho conciliável com a família, numa conferência sobre ‘boas práticas num mundo competitivo e em mudança’.

“Se as empresas criam valor para a economia, temos que dar um contributo para que seja uma economia de valores, valores cristãos, a partir da realidade das empresas, das famílias e das pessoas”, disse João Pedro Tavares.

Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, o jornal diocesano ‘Folha do Domingo’ divulga que o engenheiro civil afirmou que “as pessoas têm que estar sempre no centro das organizações”.

O presidente da ACEGE considerou um “erro” quando se fala em “equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional porque não há duas vidas”, mas “uma só”.

“Se amanhã quiserem pôr os robôs e a inteligência artificial a solucionar toda a realidade das vossas empresas vai trazer resultados extraordinários, mas a empresa vai morrer”, observou.

‘Conciliação Família-trabalho: boas práticas num mundo competitivo e em mudança’ foi o mote para a palestra onde o orador lamentou “não existir uma política de proteção e de apoio à família” e incentivou a uma “discriminação positiva de grávidas”.

Um estudo recente da associação católica, o “equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal” é o segundo fator mais destacado pelos trabalhadores, seguido do “gosto pelo trabalho desenvolvido” quando se procura “viver com sentido de missão”.

“Em 2025, 75% dos trabalhadores ativos vão ser millennials [nascidos depois do ano 2000] que são aquelas pessoas que estão a chegar ao mercado de trabalho neste século e querem ter um maior equilíbrio entre vida familiar e a vida profissional”, desenvolveu.

João Pedro Tavares realçou que os membros da ACEGE que têm menos de 35 anos estão a “discutir políticas de equilíbrio entre família e trabalho” e como é que vão construir família a partir da sua realidade.

Neste contexto, acrescentou que 75% quer ter um trabalho flexível, 88% considera que um bom equilíbrio aumenta a produtividade, 75% considera que boas medidas empresariais contribuem para o aumento da natalidade e segundo 80% o excesso de horário pode ser motivo para uma crise conjugal.

“Em Portugal há uma taxa de divórcios de 70%”, observou.

Segundo o presidente da ACEGE, os trabalhadores procuram reforçar a carga laboral para compensar a insuficiência de rendimentos, afinal, quase 700 mil pessoas recebem o salário mínimo nacional (580 euros) em Portugal.

Devido aos salários, as pessoas vão à procura de alternativas e “fazem composições de horários”, mas o orador considera “difícil aumentar” os rendimentos devido à “baixa” produtividade das empresas em Portugal.

“O valor criado por hora por um português em média são 22 euros. Nos países nórdicos são 60 euros, três vezes mais. E os portugueses trabalham mais 30% do que os nórdicos; Portanto, temos de criar condições para que as nossas empresas tenham maiores índices de produtividade”, desenvolveu João Pedro Tavares.

No jantar-palestra organizado pelo núcleo algarvio da Associação Cristã de Empresários e Gestores, o presidente da ACEGE falou com cerca de 65 empresários e gestores, num hotel em Portimão e o encontro começou com a Eucaristia na capela de Santa Catarina, na Praia da Rocha.

Com estatutos aprovados em 1998, a associação de homens e mulheres de empresa partilham valores cristãos e procuram aplicá-los no desenvolvimento da vida profissional.

O lema ‘o amor como critério de gestão’ é “um novo desafio” que introduz “uma nova tensão” e a ACEGE quer “inspirar os líderes empresariais a viver o amor e a verdade” para transformarem a sociedade.

“Não estamos a dizer que o amor é um critério financeiro. Nós estamos a dizer que a introdução de variáveis não económicas e não financeiras não vai tornar o modelo pior, mas vai torná-lo maior e melhor. E é nisso que acreditamos”, explicou João Pedro Tavares, já numa entrevista ao jornal ‘Folha do Domingo’.

CB

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