Amadora: Deputados e autarcas debateram «a convivência, a tensão e a indiferença» na religião e na Política

Novo debate da Universidade Lusófona e município da Amadora a 9 de maio, é sobre a religião e a educação

Lisboa, 06 abr 2018 (Eccleisa) – A Área de Ciência das Religiões da Universidade Lusófona, em parceria com a Câmara Municipal da Amadora, promoveu o debate ‘Religião e Política: Entre a convivência, a tensão e a indiferença’, com três deputados nacionais e dois autarcas.

O evento, na Biblioteca Fernando Piteira Santos, contou com a participação dos deputados Ana Rita Bessa (CDS-PP), José Manuel Pureza (BE) e Idália Serrão (PS) e os autarcas Bernardino Soares e Luís Albuquerque, dos municípios de Loures e Ourém, respetivamente.

Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, a Área de Ciência das Religiões da Universidade Lusófona informa que Ana Rita Bessa, católica, falou da “condição de política e crente”, explicando ser “fiel a uma ética de construção do bem comum, mais do que a uma moral”.

“A política é o sítio mais extraordinário para cumprir o bem comum”, observou a deputada do CDS-PP.

Já o deputado do BE referiu que o desafio das religiões também é político.

“É o desafio da desigualdade e da discriminação”, afirmou José Manuel Pureza que, se assumiu como católico “desalinhado”, defendendo “pontes e diálogo entre estruturas políticas e estruturas religiosas”.

Para o presidente do município de Loures “a religião está sempre presente na sociedade”, não sendo possível separar o sentimento religioso da ação política.

“É como uma mochila que trazemos às costas”, comparou Bernardino Soares, realçando que “pode dar para o bem ou pode dar para o mal” mas quem “vai resolver os problemas da humanidade” é a política.

No debate sobre ‘Religião e Política: Entre a convivência, a tensão e a indiferença’, Idália Serrão revelou não ter “uma boa relação com a Igreja”, mas fez um balanço “positivo”.

“Oiço representantes políticos e religiosos numa tentativa de mostrarem que são o que não são, porque depois os comportamentos não correspondem às ideias”, acrescentou a deputada socialista que também se apresentou como católica.

O autarca de Ourém introduziu no debate ‘Fátima e o santuário mariano’, garantindo que as relações “estão bem, mas há uma história de tensões” ocasionais, como um recente diferendo que perderam por causa de um terreno.

“É um espaço de diversidade e liberdade, nos antípodas do radicalismo e da intolerância”, disse Luís Albuquerque sobre o lugar que é uma oportunidade politicamente rica para promover “a paz e a tranquilidade com espírito aberto ao diálogo”.

Ana Rita Bessa referiu-se à laicidade como um bem a defender e a socialista Idália Serrão acrescentou que religião e política não podem ser “tolerantes com o ódio e o fundamentalismo”.

“Vivo bem com esta laicidade, vivo mal com o extremo de uma religião que quer impor-se e com políticos que querem «apagar» o sentimento religioso”, desenvolveu a deputada do CDS.

No comentário final, o coordenador da Área de Ciência das Religiões da Universidade Lusófona, afirmou que “é uma impossibilidade” negar a relação entre religião e política e reafirmou a “importância vital” das religiões no espaço da cidadania.

Segundo o comunicado, Paulo Mendes Pinto lamentou que a Assembleia da República não seja o reflexo, na sua composição, “da diversidade religiosa e étnica da sociedade portuguesa”.

O debate inserido no projeto ‘O Mundo na Amadora – Religiões e Culturas em Diálogo’, realizado a 4 de abril, teve como moderador Joaquim Franco, investigador em Ciência das Religiões e coordenador do Observatório para a Liberdade Religiosa.

O projeto regressa a 9 de maio, desta vez num encontro sobre a religião e a educação, numa das escolas do município.

CB

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