Ano B – Solenidade do Pentecostes

Reavivar os dons e os frutos do Espírito

No centro da Solenidade do Pentecostes que hoje se celebra, está o Espírito Santo, dom de Deus a todos os crentes, o Espírito que dá vida, renova, transforma, constrói comunidade e faz nascer o Homem Novo. Todas as leituras sintonizam com este dinamismo fundamental.

Na primeira leitura, Lucas sugere que é o Espírito que cria e orienta a nova comunidade do Povo de Deus. Temos aqui os elementos essenciais que definem a Igreja: uma comunidade de irmãos reunidos por causa de Jesus, animada pelo Espírito do Senhor ressuscitado, que vive no amor e na partilha, apesar das diferenças culturais e étnicas, e testemunha na história o projeto libertador de Jesus.

Antes do Pentecostes, tínhamos apenas um grupo fechado dentro de quatro paredes, incapaz de superar o medo e de arriscar, sem a iniciativa nem a coragem do testemunho; depois do Pentecostes, temos uma comunidade unida, que ultrapassa as suas limitações humanas e se assume como comunidade em Cristo no amor de Deus e na liberdade do Espírito.

Na segunda leitura, Paulo avisa que o Espírito é a fonte de onde brota a vida da comunidade cristã e concede-lhe os dons para serem postos ao serviço de todos. Na diversidade de dons espirituais, afirmamos pela fé que Jesus é o único Senhor e nós somos Corpo de Cristo.

O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado: uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. «A paz esteja convosco, recebei o Espírito Santo», diz-nos Jesus.

As comunidades cristãs só existem de forma consistente se estão centradas em Jesus, se são construídas à sua volta, sempre animadas pelo seu Espírito. Ele é o sopro de vida que transforma o barro inerte numa imagem de Deus, que transforma o egoísmo em amor partilhado, que transforma o orgulho em serviço simples e humilde. É Ele que nos faz vencer os medos, superar as cobardias e fracassos, derrotar o ceticismo e a desilusão, reencontrar a orientação, readquirir a audácia profética, testemunhar o amor, sonhar com um mundo novo. É preciso ter consciência da presença contínua do Espírito em nós e nas nossas comunidades, estando atentos aos seus apelos, às suas indicações, aos seus questionamentos.

Em final deste mês de maio, recordemos Maria, que estava no Cenáculo, repleta do Espírito. Ela é certamente preciosa ajuda para todos nós, convidados a sintonizar com o mesmo Espírito que nos gera como cristãos.

Nesta semana que nos liga à Festa da Santíssima Trindade no próximo domingo, procuremos meditar e reavivar em nós, à luz do Amor de Deus, os dons e os frutos do Espírito.

Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.pt

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