Ano C – 2.º Domingo do tempo comum

Sermos a alegria de Deus

A liturgia deste segundo domingo do tempo comum tem a marca do amor de Deus por nós.

A primeira leitura de Isaías define o amor de Deus como um amor eterno, que continuamente nos renova e transforma. Nesse amor nunca desmentido, reside a alegria de Deus.

A segunda leitura fala dos carismas ou dons como sinais do amor de Deus destinados ao bem de todos.

No contexto de um casamento em Caná, o Evangelho apresenta um sinal, ou milagre, que aponta para o essencial do programa de Jesus: apresentar-nos o Pai que nos ama e que com o seu amor nos convoca para a alegria e a felicidade plenas.

Tudo isto são coisas bem-sabidas por nós, ou que julgamos saber. Mas será que assumimos e acolhemos com todo o nosso ser o que a Palavra de Deus nos dá hoje? Estamos num campo decisivo da nossa vida humana, que pela fé nos compromete a seguir Cristo, a grande revelação do amor de Deus. Uma vida que só pode ser levada na alegria.

O Papa Francisco não se cansa de dizer que a alegria, que é do Evangelho, faz parte constitutiva da identidade cristã. Já Bento XVI falava da alegria com um dos cinco elementos essenciais da vida cristã. Por outras palavras, se não vivermos o amor de Deus na alegria, não somos cristãos autênticos. Aliás, o amor, mesmo quando transporta sinais de sofrimento, só pode provocar e ser alegria.

«Sermos a alegria de Deus». Que bela definição nos traz hoje o profeta Isaías. O amor de Deus espera-nos sempre, de forma gratuita, convida-nos a refazer relações desfeitas. Esse amor gera vida nova, alegria, festa e felicidade; transforma-nos em profetas do amor, sinais vivos e alegres de Deus.

Será que esse amor transparece nos nossos gestos e atitudes? As nossas famílias são um reflexo do amor de Deus? As nossas comunidades cristãs e religiosas anunciam ao mundo, de forma concreta, o amor que Deus misericordioso tem por nós? Levamos a vida cristã na alegria de Deus?

São exigências que nos plenificam e dão sentido aos nossos andamentos quotidianos, agora em tempo comum, nunca de rotina, mas de renovação. Sempre com a preciosa ajuda de Maria, que nas bodas de Caná guardou no seu coração esse sinal de amor, de aliança e de alegria, a indicar a direção do que somos: «fazei o que Ele, Jesus, vos disser!»

E já agora, acrescento, se levamos Cristo como aquele que marca radicalmente as nossas vidas, só podemos viver em comunhão. A semana de oração pela unidade dos cristãos que vamos celebrar recorda-nos que nem sempre é assim. Como podemos invocar o mesmo Cristo, se vivemos desavindos?

A caminhada continua. Rezemos e renovemos em nós o entusiasmo de sermos a alegria de Deus.

Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org

 

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