Ásia: Agência católica denuncia prisão de bispo chinês

Caso surge num momento de reaproximação entre Pequim e o Vaticano

Lisboa, 27 mar 2018 (Ecclesia) – Um bispo chinês nomeado pelo Vaticano, sem o reconhecimento de Pequim, foi detido na sua diocese, informou hoje a AsiaNews, agência católica especializada em notícias da Ásia.

D. Guo Xijin, da diocese chinesa de Mindong (sudeste), foi preso juntamente com o chanceler diocesano, assinala a agência, ligada ao Instituto Pontifício para as Missões Estrangeiras.

O responsável católico foi convocado na segunda-feira pelo Departamento de Assuntos Religiosos chinês, desconhecendo-se o seu paradeiro atual.

Segundo fontes consultadas pela AsiaNews, o desaparecimento do bispo de Mindong deve-se à recusa de celebrar os ritos da Semana Santa com Vincent Zhan Silu, um bispo nomeado pela China sem autorização da Santa Sé.

As relações diplomáticas entre a China e a Santa Sé terminaram em 1951, após a expulsão de todos os missionários estrangeiros, muitos dos quais se refugiaram em Hong Kong, Macau e Taiwan.

Em 1952, o Papa Pio XII recusou a criação de uma Igreja chinesa, separada da Santa Sé e, em seguida, reconheceu formalmente a independência de Taiwan, onde o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) se estabeleceu depois da expulsão da China.

A APC foi criada em 1957 para evitar “interferências estrangeiras”, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado, deixando assim na clandestinidade os fiéis que reconhecem a autoridade do Papa.

Pequim e o Vaticano estão a trabalhar num acordo para normalizar as relações bilaterais.

OC

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