Bispo de Coimbra pede mais santos para a Igreja de Portugal

D. Albino Cleto presidiu à primeira celebração eucarística de acção de graças, na Diocese de Coimbra, pela canonização de Nuno de Santa Maria, mais conhecido por Santo Condestável. Recorde-se que S. Nuno de Santa Maria foi canonizado pelo Papa Bento XVI, no passado dia 26 de Abril, no Vaticano, onde participaram cerca de dois mil peregrinos portugueses. O local escolhido por D. Albino Cleto foi a igreja do Carmo, em Coimbra, pelo facto de S. Nuno de Santa Maria, na segunda fase da sua vida, ter renunciado aos seus bens, consagrando-se à Deus, fazendo-se carmelita. E, entrou para o convento que mandou na altura construir – o Convento de Nossa Senhora do Carmo, em Lisboa. Para D. Albino Cleto, a sua maior batalha, “foi na segunda parte da sua vida, quando se fez carmelita”. Por isso, “é que escolhemos a igreja de Nossa Senhora do Carmo, (situada na rua da Sofia), outrora dos carmelitas, e hoje sob a responsabilidade da Ordem Terceira”. D. Albino enalteceu o ideal escolhido por Nuno Álvares Pereira ao fazer-se, em primeiro lugar, cavalheiro do reino para estar ao serviço do bem, e mais tarde, carmelita, consagrando-se para sempre à Deus. Para o Bispo de Coimbra, “tudo começa por um ideal, não há nenhum santo, que se faz santo para estar nos altares. O único objectivo é servir”, disse durante a celebração eucarística, concelebrada por monsenhor Geraldes Freire e o Padre Dr. Trindade. “Nuno Álvares Pereira que escolheu o seu ideal muito jovem, aos 13 anos de idade, e tendo grandes responsabilidades no reino aos 16, em qualquer batalha, recolhia-se sempre em oração”, afirmou D. Albino perante uma centena de fiéis. D. Albino Cleto lamenta ainda as críticas que apareceram nos jornais, em vésperas da sua canonização, questionando a Igreja, pelo facto de fazer santo, um homem que lutou pela sua pátria, utilizando a espada e ter derramado sangue em batalhas. “Calem-se agora as línguas que apenas dizem que só vão para os altares bispos, padres e religiosos”, exclamou D. Albino, em resposta as críticas. Para o prelado da Diocese de Coimbra, “a santidade não se cultiva apenas nos mosteiros e nos seminários, mas sim na vida”. A santidade é um projecto de qualquer cristão. “S. Nuno de Santa Maria, que agora veneramos, foi mais longe, pretendeu servir Deus, despejando-se de todos os seus bens. Fez-se humilde e pobre (pedindo ele próprio nas ruas para os pobres, ao ponto do rei proibi-lo, por ser vergonhoso para o reino). “O que é preciso para a Igreja da Europa, nomeadamente a Portugal?”, questionou, no fim da sua homilia, D. Albino. “Precisa mais de oração, mas precisa sobretudo mais de santos ao serviço do próximo”.

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