Bodas de Diamante do Seminário de Bragança

Bodas de Diamante do Seminário de Bragança O edifício do Seminário de S. José, em Bragança, está a celebrar as Bodas de Diamante. A instituição “seminário” tem mais de quatro séculos de vida mas este edifício foi inaugurado a 18 de Outubro de 1932. Em declarações à Agência ECCLESIA o Pe. Silvério Pires, Reitor do Seminário de S. José de Bragança, realça que “durante os 407 anos, o seminário esteve em várias casas e várias terras. Nasceu na sequência do Concílio de Trento e teve como pai o 3º bispo de Miranda, D. Julião d´Alva (1560-1570). Miranda do Douro acolheu esta casa durante 162 anos. Em 1764, D. Frei Aleixo de Miranda Henriques (1758-1770) conseguiu a transferência da Sé episcopal de Miranda para Bragança. Simultaneamente “veio o seminário e o cabido” – realçou o Pe. Silvério Pires. Na cidade brigantina, o Seminário esteve no colégio dos jesuítas (antiga Sé), depois passou para um solar de uma família particular e, posteriormente – na altura da República – o bispo e o seminário “ficaram na rua”. Devido à dificuldade para adquirir um espaço, o seminário e a cúria transferiram-se para um convento dos franciscanos, em Vinhais (1920). “Sentimos a necessidade de voltar à sede episcopal e comprámos uma quinta para construir o seminário de S. José”. Celebram-se os 75 anos do Seminário de S. José naquele edifício. As celebrações jubilares terão o ponto alto no próximo dia 26 de Setembro. “Haverá uma reunião do presbitério, encontro de antigos alunos, lançamento de uma obra com a história do seminário e uma oração de sapiência” – frisou o reitor. A oração de sapiência terá como temática “O Seminário, coração da diocese. Que seminário para hoje?”. Será proferida pelo Pe. José Cordeiro, Reitor do Colégio Português em Roma. Figuras ilustres A obra relata a história da instituição, sendo o último capítulo uma abordagem “nominal de todos os presbíteros ordenados nestes 75 anos” – disse o Pe. Silvério Pires. E acrescenta: “foram cerca de 300 presbíteros”. Daquele seminário já “saiu” também um bispo, D. Manuel António Pires, prelado de Silva Porto (Angola), falecido recentemente. No campo da cultura também “tivemos padres muito ilustres” que fizeram a sua formação no Seminário de S. José. E exemplifica: “o abade Baçal, Pe. António Mourinho (Miranda do Douro); Pe. Firmino Martins (Vinhais), Pe. Belarmino Afonso (Bragança). Por outro lado – frisa o Reitor do Seminário – “temos alunos que frequentaram a casa em todas as profissões” e alguns “chegaram a Ministros e Secretários de Estado”. Integrada nas comemorações, decorreu naquela instituição uma exposição de pintura. “Cerca de 30 quadros de arte sacra feitos por pintores amadores da região” – adianta o reitor. Pinturas de cenas bíblicas e algumas cópias de autores internacionais. Com um passado rico, o seminário “não tem bens próprios que assegurem desafogadamente a sua subsistência” e “vive das ofertas de muitos benfeitores”. – salienta o Pe. Silvério Pires. Do ponto de vista vocacional, o reitor esclareceu que, apesar dos tempos que correm, “estamos bem”. O Seminário Maior tem 11 alunos a estudar Teologia e o Seminário Menor tem 19 alunos. Com as comemorações jubilares “pensamos também reavivar e motivar a pastoral vocacional”. Com 75 anos, o edifício já recebeu milhares de jovens. Como estava a ficar degradado, uma “parte está em obras profundas”. Actualmente, a equipa e os seminaristas estão a viver num bloco enquanto outro está em obras. E finaliza: “a melhor oferta para este aniversário é colaborar no restauro do seminário”.”Sem seminário não há diocese” – disse. E acrescenta: “queremos um seminário mais atractivo” porque “a dignidade de vida também ajuda a elevar”. Outrora, aquela casa tinha sempre mais de cem alunos mas, actualmente, “temos melhor percentagem de ordenações”. Aqueles que vão para o seminário já “têm um percurso (Pré-seminário) e já estão, de certo modo tocados” – afirma O edifício do seminário é semelhante ao comum dos edifícios construídos nas primeiras décadas do século passado. “É em forma de u, com um bloco central (mais emblemático e com um jardim nobre), o bloco lateral esquerdo (Igreja) e o bloco lateral direito (residência dos alunos, cozinha, refeitório)” – referiu. A rodear o seminário “temos uma mata, o melhor pulmão da cidade de Bragança”.

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