Braga: Arcebispo denuncia «situações ofensivas à dignidade humana»

Mensagem de D. Jorge Ortiga para a Quaresma defende maior atenção ao «mundo da dor e do sofrimento»

Braga, 06 fev 2018 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga denunciou na sua mensagem para a Quaresma de 2018 a existência de “situações ofensivas à dignidade humana” e “exclusões sociais” que exigem respostas da sociedade e das comunidades católicas.

“A Quaresma é um momento especial que convida o cristão a ‘abrir os olhos’, a ver a sociedade e a incomodar-se com a realidade humana. Peço, por isso, que sejamos capazes de olhar, de modo particular, para o mundo da dor e do sofrimento”, escreve D. Jorge Ortiga, num texto publicado hoje.

Numa reflexão intitulada ‘Tens sapatos? Lembra-te daqueles que não têm pés’, o arcebispo primaz desafia os católicos a sair do “comodismo” para um encontro com “a vida envolta em situações dolorosas”.

“Esta caminhada deve tornar-se uma aventura onde, na realidade concreta, se assume o compromisso de cuidar dos desfavorecidos”, acrescenta.

A mensagem deixa uma palavra a várias pessoas em “situação de fragilidade”, desde a solidão dos idosos à perda de “sentido para a vida” dos jovens, passando pelos “dramas e incertezas” das famílias.

“Enquanto nós estamos confortáveis com os nossos sapatos, existe uma multidão cujos pés estão impedidos de caminhar no mundo com alegria”, assinala d. Jorge Ortiga.

O responsável indica que o tradicional “contributo penitencial”, ofertas recolhidas nas diversas comunidades, serão orientadas este ano para dois fins.

O primeiro é concretizado através do ‘Fundo Partilhar com Esperança’, para a solidariedade com “pessoas que não dispõem dos mínimos para uma vida feliz”.

Os católicos da Arquidiocese de Braga vão ainda ajudar a paróquia de santa Cecília de Ocua, Diocese de Pemba (Moçambique), para a criação de “estruturas básicas para a promoção e evangelização”.

“Rezo para que os cristãos e as comunidades criem gestos de esperança que devolvam a dignidade à sociedade. Caminhemos! Abramos os olhos! Respondamos com um estilo de vida cristão na certeza de que a Páscoa destrói a morte e, passo a passo, transforma o coração das pessoas”, conclui D. Jorge Ortiga.

A Quaresma, que começa com a celebração de Cinzas, este ano a 14 de fevereiro, é um período marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

OC

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