Braga: Misericórdia e discernimento marcam as mudanças na Pastoral da Família

Diocese apresentou renovação da Pastoral Familiar como prioridade para todas as comunidades e para diferentes etapas da vida

Braga, 19 jan 2018 (Ecclesia) – A Arquidiocese de Braga publicou uma Carta Pastoral onde informa sobre as mudanças a realizar na Pastoral Familiar, nomeadamente no acompanhamento das famílias, e onde procura envolver todas as comunidades para assumirem esta missão como “prioridade”.

“Preparar os noivos para o matrimónio, acompanhar os casais nos primeiros anos de vida conjugal e discernir para ajudar a integrar as famílias mais frágeis é uma tarefa urgente da Igreja num tempo particularmente exigente para a vida das famílias”, indica o documento «Construir a Casa sobre a Rocha – Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os construtores».

A partir da Exortação Apostólica «A Alegria do Amor», escrita pelo Papa Francisco após duas assembleias sinodais dedicadas à família, a Carta Pastoral recorda a importância da “misericórdia” e do “ministério do discernimento” de cada cristão.

“A Exortação Apostólica convida a revalorizar a importância da consciência pessoal na vida cristã dos fiéis e da Igreja”.

O documento refere um “olhar positivo” para a necessária mudança em causa “perante as dificuldades e os desafios que os casais e as famílias hoje têm de enfrentar e superar”.

A Carta pastoral sublinha a “extrema necessidade” de “formação mais profunda e contínua de agentes pastorais” para acompanharem as famílias “nas suas diferentes fases de vida”.

Com vista a uma melhor preparação para o matrimónio, o documento alerta para a necessidade de “toda a comunidade cristã” se envolver “mais profunda e amplamente” neste caminho, e que os agentes de formação, com uma preparação mais “atualizada e acurada”, devem optar pela “qualidade em detrimento da quantidade” de temas a abordar.

“As características do nosso tempo obrigam-nos a questionar conteúdos e modos de preparar os noivos para o matrimónio e a encontrar, com criatividade e profundidade, os meios adequados para um acompanhamento apropriado que ajude, de facto, os noivos a iniciarem uma nova etapa de vida”.

É pedido um “empenho sério” na pastoral do namoro, com o envolvimento dos agentes de catequese, líderes de grupos de jovens e promotores vocacionais na criação de “grupos de namorados” e promoção de atividades que ajudem a refletir e a viver uma verdadeira preparação e onde o matrimónio seja apresentado como um caminho “gradual e crescente”.

“A pastoral não se pode limitar a um anúncio puramente teórico e desligado dos problemas reais das pessoas”, acrescenta o documento.

A Carta anuncia a elaboração de um “programa de formação” para agentes leigos de pastoral familiar “com a ajuda de psicopedagogos, médicos de família, médicos de comunidade, assistentes sociais, advogados de menores e família”, incluindo ainda “contribuições da psicologia, sociologia, sexologia e até aconselhamento”.

A reflexão da Arquidiocese de Braga compreende um capítulo dedicado ao acompanhamento de casais jovens onde alerta para a necessidade de cada paróquia possuir “recursos humanos” que façam refletir em atividades o apoio às famílias como por exemplo reuniões de casais, conferências com especialistas sobre diferentes fases da conjugalidade, espaços de espiritualidade entre outros.

A carta pastoral prevê ainda o acompanhamento para casais cuja “separação” seja “inevitável” e, em alguns casos “até moralmente necessária”, dando cumprimento à aplicação do capítulo VIII da Exortação Apostólica Amoris Laetitia, do Papa Francisco.

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LS/PR

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