Cardeal de Boston na peregrinação dos migrantes

D. Sean O’Malley na fonte da religiosidade para muitos portugueses espalhados pelo mundo É um Bispo em contacto permanente com comunidades portuguesas nos Estados Unidos da América o que preside à Peregrinação do Migrante e Refugiado, que está a decorrer no Santuário de Fátima. O Cardeal Sean O’Malley, O.F.M. Cap., actual Arcebispo de Boston, tem uma história de relação com os portuguesas a trabalhar na América do Norte de há muitos anos: fundou uma paróquia portuguesa, há 20 anos, foi bispo de Fall River, uma Diocese onde metade dos diocesanos falam português e, actualmente, são mais de 300 mil os que pertencem à comunidade lusófona de Boston. D. O’Malley agradeceu à Igreja em Portugal “por ter dado tanta atenção aos emigrantes” que estão na América do Norte, país com uma “igreja de migrantes”. Todos experimentam essa condição, directa ou familiarmente. E é essa experiência que traz ao santuário mariano português, tantas vezes recriado nas comunidades lusófonas espalhadas pelo mundo. O Arcebispo de Boston assegurou que a Igreja Católica nos EUA já superou a crise provocada pelo escândalo dos abusos sexuais do clero, referindo que neste momento “fica a grande dor de ter experimentado essa crise, mas acho que a fé resgatou a Igreja” norte-americana, que “está ainda mais forte”. Esta crise obrigou a várias mudanças, com a venda de património eclesiástico e a fusão de muitas paróquias. “Tivemos de reduzir o número de paróquias, porque não era possível ter sacerdotes para tantas paróquias”, justificou o Arcebispo de Boston, que deixou algumas críticas à política para os imigrantes. “Nos EUA precisamos de novas leis para reger a imigração, mas tem sido impossível pôr os partidos políticos de acordo” nesta matéria. Testemunhos Maria Ivone, emigrante na Alemanha há 3 décadas, diz que “não há férias” se não passar por Fátima. Luísa Vieira está em Inglaterra, um país que volta a receber mais portugueses que procuram melhores condições de vida noutro país da Europa. “Procuram o que Portugal não lhes deu”. É a opinião do responsável por uma comunidade portuguesa em Paris, que vê a comunidade Lusófona crescer nos últimos anos. E isso acontece um pouco por toda a Europa. “A instabilidade laboral e económica que se vive no nosso país leva a que muitos jovens, casais jovens emigrem e procurem melhores condições de vida lá fora”. Uma certeza confirmada pelo Bispo que, na Igreja Católica, coordena o trabalho pastoral junto da mobilidade humana: uma realidade que afecta 200 milhões de pessoas em todo o mundo e por diferentes razões. No que diz respeito aos portugueses, o Presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana constata também que há muitos portugueses a mudaram de país de destino, nas migrações. Regressam à Europa vindos, por exemplo da Venezuela. Para o Santuário de Fátima, esta é a terceira peregrinação mais importante. Mons. Luciano Guerra, Reitor do Santuário, observa que os emigrantes, “quando vêm às suas raízes, exprimem a sua identidade cultural e religiosa nesta peregrinação, como também os migrantes católicos de outros países que trabalham aqui e que associação a este grande encontro”. Integrada na celebração dos 90 anos das Aparições, esta peregrinação assinala também a 35ª Semana Nacional de Migrações, este ano especialmente dedicada às Comunidades Transatlânticas. Tem por tema “Família: Santuário de vida, amor e identidade”.

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