Colômbia: Papa dedica dia às vítimas da guerra

Visita prevê vigília de reconciliação nacional e beatificação de bispo assassinado por guerrilha colombiana

Lisboa, 08 set 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco prossegue hoje a sua visita à Colômbia na localidade oriental de Villavicêncio, evocando todas as vítimas do conflito armado que atingiu o país nas últimas décadas.

Ao deixar a capital colombiana, no aeroporto militar, o pontífice saudou e abençoou um grupo de cerca de 400 veteranos de guerra, militares e agentes de política, acompanhados pelo bispo do Ordinariato Castrense, D.  Fabio Suescún Mutis.

"Agradeço-vos por tudo o que fizestes e fazeis pela paz, colocando a vida em perigo, foi isso que Jesus fez, pacificou-nos", disse o Papa.

A agenda pontifícia recorda os 8 milhões de vítimas da guerra civil, com uma “grande vigília” de oração pela reconciliação nacional, marcada para as 15h40 (21h40 em Lisboa) no Parque Las Malocas, em Villavicêncio, cerca de 120 km a sudeste de Bogotá, capital colombiana.

Os participantes vão evocar o sofrimento das famílias e comunidades afetadas pelo conflito armado, “marcado pelo sangue e a dor de mais de 8 milhões de vítimas”, adianta o Missal oficial da visita apostólica.

Em causa estão “984 507 homicídios, 166 407 desaparecidos, 16 340 assassinatos seletivos, 1982 massacres, 35 092 sequestrados, 19 684 vítimas da violência sexual, 6421 casos de recrutamento forçado e 12 000 amputados”.

Antes da vigília, o Papa vai presidir pelas 09h30 locais à Missa de beatificação de D. Jesús Emilio Jaramillo Monsalve, bispo colombiano assassinado por guerrilheiros em outubro de 1989.

O bispo de Arauca foi torturado e morto por membros do ‘Exército da Libertação Nacional’ (ELN), da Colômbia, numa zona rural, onde se encontrava em ação missionária.

O governo da Colômbia e os representantes do ELN acordaram um cessar-fogo bilateral, com início marcado para 1 de outubro.

Francisco vai também beatificar o padre Pedro Maria Ramírez Ramos, diocesano, morto a 10 de abril de 1948 em Armero, na sequência da revolução do ‘9 de abril’, após o assassinato de Jorge Eliecer Gaitán, candidato à presidência da República.

A 20ª viagem internacional do pontificado começou esta quarta-feira; o Papa regressa a Roma na tarde de domingo, estando a chegada à capital italiana prevista para as 12h40 (menos uma em Lisboa) de segunda-feira.

OC

Notícia atualizada às 14h50

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