Desenvolvimento: Vaticano defende maior «responsabilização social» para que «objetivos traçados não sejam reduzidos a estatísticas»

Questão foi levantada pelo observador permanente da Santa Sé junto da ONU

Cidade do Vaticano, 17 out 2018 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas, D. Bernardito Auza, defendeu hoje a necessidade de “novos mecanismos de responsabilização social” para assegurar objetivos como o desenvolvimento sustentável ou o respeito com a natureza.

Na última sessão do Comité Económico e Financeiro da ONU, o arcebispo filipino salientou que só com novas formas de responsabilização social, criadas pelos organismos internacionais e sustentados pelos diversos países, é que será possível “evitar que problemas antigos sejam substituídos por novos” e garantir que “os objetivos traçados não sejam reduzidos a estatísticas”.

Na sua intervenção, publicada hoje pelo serviço informativo da Santa Sé, o representante da Santa Sé considerou o empenho dos governos em implementar a Agenda para o Desenvolvimento Sustentável 2030 como “um importante sinal de esperança”.

“Unir as dimensões económica, social e ambiental do desenvolvimento não é fácil, porque frequentemente são encaradas como questões separadas”, apontou.

Para D. Bernardito Auza, “para ser completamente humano e integral, o desenvolvimento sustentável tem de ser construído com base na dignidade inerente de cada pessoa”.

O observador permanente da Santa Sé junto da ONU abordou também a questão do turismo, considerando que este setor pode ser um “veículo” importante na união das tais três dimensões do desenvolvimento.

Segundo o arcebispo, o turismo puramente comercial coloca as áreas turísticas e as suas belezas naturais à parte, “separando-as das pessoas que vivem do outro lado do muro”, isto quando o desenvolvimento implica a “cultura do encontro”.

“Somos chamados a aprender a construir a hospitalidade, incluindo uma sociedade com espaço para todos, em especial para os mais fracos e marginalizados, e onde o crescimento económico não seja apenas para bem individual mas que sirva para o bem comum e o benefício de todos”, completou D. Bernardito Auza.

JCP

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