Ecologia: Rede de organizações católicas lança relatório sobre «urgência climática»

CIDSE pede novo paradigma para setores da energia e da alimentação

Lisboa, 26 set 2018 (Ecclesia) – A CIDSE, rede internacional de organizações católicas para o desenvolvimento, da qual faz parte a FEC – Fundação Fé e Cooperação, lançou hoje um relatório sobre a “urgência climática”, pedindo um novo paradigma.

O documento “analisa a mudança radical e urgente necessária para limitar o aquecimento global a 1,5” graus celsius, “olhando para os setores energético e agrícola e para a sociedade como um todo”.

O Acordo de Paris, assinado pelos governos em 2015, estabelece a meta de manter o aquecimento global “bem abaixo de 2°C, unindo esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais”.

“Limitar o aquecimento global a 1,5°C é necessário e urgente – para ver as consequências das alterações climáticas não precisamos ir muito longe: as ondas de calor que ocorreram no norte da Europa neste verão são apenas um exemplo”, sustenta a CIDSE, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

A rede CIDSE, que conta com parceiros de mais de 120 países, inclui pessoas que “veem e vivem todos os dias as consequências das alterações climáticas” e estão a procurar “novas estratégias para se adaptarem e lutarem por soluções”.

A produção e o consumo de energia são responsáveis por dois terços das emissões totais de Gases de Efeito de Estufa (GEE) e 80% do CO2.

“É de extrema urgência que este setor entre num processo de profunda transformação, exigindo uma completa eliminação da energia dos combustíveis fósseis e uma rápida mudança para fontes de energia renováveis”, disse Giulia Bondi, responsável pela área de Justiça Climática e Energia na CIDSE.

A alimentação e a agricultura também são apresentadas como responsáveis por uma “grande parcela” das emissões globais de GEE (até 50%).

“Acreditamos que a agroecologia é a maneira de nos afastarmos de um modelo que ameaça a produção agrícola atual e futura e a segurança alimentar, cumprindo a meta de longo prazo de 1,5°C”, sustenta François Delvaux, diretor do departamento de Clima & Agricultura e Soberania Alimentar na CIDSE.

A ONGD portuguesa FEC trouxe a Lisboa, em março deste ano, a secretária-geral da CIDSE, Josianne Gauthier, a qual defendeu uma “mudança de lógica” para as políticas do setor do desenvolvimento, superando a fixação na dimensão económica.

OC

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