Eliminar os comportamentos desumanos nas prisões

A Igreja está “preocupada com as torturas e maus tratos nas prisões” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. João Gonçalves, Coordenador Nacional da Pastoral Prisional e um dos participantes do Congresso Internacional da Pastoral das Prisões sobre «Descobrir o rosto de Cristo em cada pessoa presa. Jesus chama-nos». Nesta iniciativa – decorreu em Roma, de 5 a 12 de Setembro – o Pe. João Gonçalves referiu também que apesar da Pena de Morte não ser aplicada em Portugal “temos países onde ela é aplicada tal como a tortura para obter declarações e isso preocupa os capelães”. E acrescenta: “este assunto preocupa também as Nações Unidas”. Um dos prelectores das Nações Unidas sublinhou que as torturas são “utilizadas em muitas prisões do mundo”. Determinados castigos – “isolamento nas celas e vedação à leitura” – são consideradas torturas. As minorias étnicas e religiosas e os doentes mentais são as pessoas onde se utiliza mais este tipo de castigos. Na mensagem que enviou ao Congresso, Bento XVI manifestou-se contra o tratamento dado aos presos em várias cadeias do mundo, afirmando que a tortura não pode ser aplicada “em nenhuma circunstância”. “Reitero que a proibição da tortura não pode ser violada em nenhuma circunstância”, disse o Papa, citando o Compêndio da Doutrina Social da Igreja. Aos participantes, Bento XVI pediu para que sejam intermediários “na ajuda à eliminação destes comportamentos desumanos”. A Pastoral Penitenciária não passa somente no trabalho com os reclusos mas “também com os seus familiares e, posteriormente, com a reinserção social”. “Não posso silenciar aquilo que ouvi” – afirmou o Pe. João Gonçalves. E avança: “Os governos têm um grande apreço pelos serviços desta pastoral”. Ao longo dos dias, as dezenas de congressistas visitaram alguns locais italianos e uma exposição com trabalhos feitos por reclusos. A Igreja Católica tem “muita força” nas prisões. Perante tal constatação, o Coordenador Nacional da Pastoral Prisional realça que as comunidades devem “envolver-se mais nesta pastoral”. Notícias relacionadas • Igreja denuncia situações desumanas nas cadeias de todo o mundo

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