EMRC: «Nos próximos tempos vamos ter que repensar a disciplina» – Eduardo Duque

Braga, 06 mar 2018 (Ecclesia) – O padre Eduardo Duque considera que hoje os jovens “buscam novos polos de sentido” e estes não estão alinhados com a proposta de uma Igreja que ainda se apresenta “algo massificada”.

O sacerdote da Arquidiocese de Braga, que falava no encontro de formação para docentes de EMRC, considera que o desafio passa por fazer com que a disciplina “corresponda ao que os alunos pretendem”, o que no seu entender, obriga a “repensar esta disciplina”.

Este professor universitário refere que não podemos descurar a questão demográfica que, nos próximos anos, vai ditar um menor número de crianças nos bancos da catequese.

Os adolescentes serão menos e terão novos “centros simbólicos”.

“As coisas já não gravitam à volta da Igreja”, considera o padre Eduardo Duque, “embora ela continue a apresentar a sua proposta”.

O sacerdote lembrou ainda a necessidade da ação pastoral da Igreja evoluir no sentido de uma para uma Igreja “mais próxima e atenta a cada um”.

D. Jorge Ortiga esteve presente nesta iniciativa dirigida aos docentes das dioceses de Braga, Bragança-Miranda, Vila Real e Viana do Castelo.

O arcebispo de Braga sublinhou a relevância da presença da Igreja em contexto educativo, através desta disciplina.

“O professor de EMRC é antes de mais um professor como os outros e com eles responsável pela qualidade do ensino” diz D. Jorge Ortiga, para quem a laicidade do Estado tem de ter em conta que a sociedade é plural.

“Se as crianças são católicas, o Estado tem o dever de assegurar a especificidade da sua formação” considera o arcebispo de Braga.

‘Fidelidade à Pessoa, alegria na missão’ foi o tema que enquadrou esta ação de formação centrada no 1.º ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário.

Esta atenção aos dois extremos do sistema educativo prende-se, segundo o coordenador nacional da disciplina, professor Fernando Moita, com “uma certa omissão que durante algum tempo descurou a questão do desenvolvimento psicológico, social e religioso na infância”, mas também pela situação “desafiante” que o ensino secundário representa para o professor.

“Dizem-nos que a adolescência é fazedora de cultura… então, os professores têm de saber ler essa realidade”, considera Fernando Moita.

O coordenador do Departamento de Educação Moral e Religiosa Católica no Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) reconhece que se perceba atualmente entre os alunos “um apetite pelo religioso”, mas também uma fragilidade na “dimensão do compromisso” o que leva os alunos a uma certa hesitação quando confrontados com mais 90 minutos no seu horário.

Esta foi a 6ª edição das Formaçõeses (inter) diocesanas de EMRC, que chegou a 880 professores em seis edições; a próxima será no Funchal, no dia 10 de março.

PR/HM/OC

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