EUA: Santa Sé pede clemência para condenado à morte

Norte-americano de 42 anos deverá ser executado hoje, na sequência de um caso de homicídio que nunca ficou totalmente esclarecido

Lisboa, 21 set 2011 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, da Santa Sé, apelou hoje às autoridades da Geórgia, nos Estados Unidos, para que não avancem com a execução de Troy Davis, prevista para esta noite através de injeção letal.

“Que o sistema prisional possa, neste caso, salvar uma vida e apostar na conversão e na transformação do condenado. Isso poderá contribuir para o nascimento de um sistema que, em vez de eliminar uma vida, favorece a sua reintegração na sociedade”, sublinhou o cardeal Peter Turkson, em declarações à Rádio Vaticano.

Troy Davis, um norte-americano de 42 anos, foi condenado à morte em 1991 pelo alegado homicídio de um polícia, na cidade de Savannah.

O caso remonta a 19 de agosto de 1989 e, de acordo com a acusação, Davis e um amigo envolveram-se numa discussão com um sem-abrigo, num parque de estacionamento, tendo posteriormente atingido a tiro o agente Mark MacPhail, de 27 anos, que acorreu ao local para pôr cobro à situação.

As autoridades não encontraram nem a arma do crime nem qualquer vestígio de ADN ou de impressão digital, tendo baseado a sentença em testemunhos de pessoas que acabaram depois por alterar a sua versão dos factos.

Apesar dos pedidos de indulto que foram surgindo, o tribunal da Geórgia confirmou esta terça-feira a execução.

De acordo com Wende Brown, membro da Amnistia Internacional que esteve com Troy Davis na altura em que se conheceu a decisão, o acusado “não irá parar de lutar até que lhe seja tirado o último fôlego”.

Brown acrescentou ainda que “a Geórgia está prestes a ceifar a vida de um homem inocente”.

RV/JCP

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