Responsáveis da Polónia e França partilharam «boas práticas» em matéria de acolhimento e segurança
Fátima, 10 mar 2017 (Ecclesia) – A 5.ª edição do Workshop Internacional de Turismo Religioso, esta quinta-feira em Fátima, proporcionou a partilha de “boas práticas” no âmbito da preparação do Centenário das Aparições e da visita do Papa ao Santuário.
Szymon Gatlik, que coordenou a preparação das jornadas mundiais da juventude na cidade de Cracóvia, na Polónia, destacou a importância do desenvolvimento de “conteúdos atrativos que possam chamar as pessoas, antes e depois do evento”.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, aquele responsável defendeu como uma mais-valia a conjugação da oferta religiosa com outras iniciativas.
“O santuário e os museus são espaços fantásticos, que cabem perfeitamente numa proposta turística de dois ou três dias. Mas se quisermos acrescentar algo, podemos incluir a cidade medieval de Ourém, o seu castelo, também a proximidade com o mar. E assim possível prolongar a estadia dos visitantes até uma semana”, salienta.
Szymon Gatlik é responsável de marketing na área do turismo da Câmara de Cracóvia, na Polónia, especialista no produto religioso. Assumiu, entre outros projetos, a coordenação das Jornadas Mundiais da Juventude de 2016, na cidade polaca, e a preparação do Plano de Turismo Religioso em Cracóvia até 2020.
No que toca à organização do Centenário de Fátima, e da visita do Papa Francisco, frisou que este género de eventos podem estar sujeitos a “diversas variáveis”.
“Pode chover, pode estar muito calor, há uma série de acontecimentos que não controlamos”, recordou.
Mas no que é possível antecipar e gerir, o acolhimento e a segurança das pessoas são questões essenciais.
“É preciso um bom planeamento, no nosso caso começámos três anos antes das jornadas. E ter sempre presentes três parceiros: o Estado, as autoridades locais e municipais, e a Igreja Católica. Se estes atores trabalharem em conjunto, partilharem a informação, a organização torna-se muito mais fácil”, sustentou.
O representante da Câmara Municipal de Cracóvia destacou ainda à Agência ECCLESIA outro ponto-chave relacionado com o acolhimento às pessoas.
“Fátima é uma localidade relativamente pequena e penso que um grande desafio será o transporte. Penso que o ideal seria a implementação de um serviço de transportes, de autocarros. Isto é crucial, porque se todas as pessoas trouxerem o seu carro, o espaço não será suficiente”, alertou.
Outro interveniente no Workshop Internacional de Turismo Religioso, e que também deixou as suas propostas foi Patrick Vinuales, atualmente à frente do maior grupo hoteleiro na cidade santuário de Lourdes, em França.
Em 2008, teve ocasião de integrar o acolhimento à visita do Papa Bento XVI à região, no âmbito do jubileu dos 150 anos do Santuário de Lourdes.
Patrick Vinuales frisou que “os grandes eventos são sempre as melhores oportunidades para propagar a mensagem do santuário” e é fundamental deixar sempre às pessoas “algo que as recorde daquele momento”.
Por outro lado, e como estes grandes acontecimentos atraem multidões, e oportunidades de negócio, aquele responsável afirmou também a necessidade de garantir “práticas justas” ao nível de preços e de condições oferecidas aos visitantes, para que estes queiram regressar.
Numa última nota, o operador turístico francês recordou que o desenvolvimento ou a divulgação de um santuário não podem viver apenas de grandes datas.
“De 10 em 10 anos temos sempre um aniversário, uma oportunidade para potenciarmos Fátima e Lourdes em conjunto”, concluiu.
JCP