Igreja/Crise: Se há algo que «os cristãos têm a dar de novo é um testemunho de gratuidade», diz padre José Frazão Correia

Responsável jesuíta participou na terceira sessão de «Conversas Contemporâneas» promovida pelos Missionários da Consolata

Fátima, Santarém, 08 jul 2013 (Ecclesia) – O superior da comunidade de formação da Companhia de Jesus em Braga diz que a ação missionária representa “um testemunho muito necessário” no âmbito da atual conjuntura socioeconómica.

Num tempo marcado pela “instabilidade” e “insegurança”, onde a prioridade de cada pessoa passa por “proteger” os próprios interesses, se há algo que “os cristãos têm a dar de novo é um testemunho de gratuidade”, realça o padre José Frazão Correia, em entrevista concedida à Agência ECCLESIA.

O sacerdote participou sábado em Fátima na terceira sessão de “Conversas Contemporâneas” promovida pelos Missionários da Consolata.

A iniciativa, inserida no processo de formação dos voluntários missionários e dos diversos grupos ligados à congregação, teve como objetivo ajudar a descobrir alternativas de evangelização no novo contexto europeu.

Segundo o responsável jesuíta, fenómenos como a crise e a crescente migração de povos de outros continentes para o território transformaram a Europa num espaço extremamente heterogéneo e quem abraça a Missão precisa de “reaprender este contacto sincero” com a “diferença”, que caraterizava a atuação dos primeiros evangelizadores.

“Possivelmente não haverão soluções mas sim caminhos a inventar, a percorrer não solitariamente mas em comunidades, em institutos, em paróquias, em dioceses”, sublinha o padre José Frazão Correia.

“Diante das dificuldades na transmissão da fé, na compreensão da cultura, dos desafios económicos”, é preciso “assumir antes de mais a convicção de que o Evangelho é uma boa noticia qualquer tempo e também para este”.

Esta foi a mensagem que o sacerdote procurou transmitir aos voluntários missionários da Consolata, através de uma palestra intitulada “É hoje o tempo favorável: reconhecer a graça, dispor-se ao testemunho”.

A última parte das “Conversas Contemporâneas” foi reservada à reflexão sobre o papel das novas tecnologias, especialmente das redes sociais, na abertura de mais perspetivas de evangelização.

Para o superior provincial dos Missionários da Consolata, “é fundamental que as comunidades criem relações a partir do Evangelho, com estes novos mecanismos”.

“As redes sociais possibilitam fomentar ainda mais a comunicação da palavra, do encontro e do conhecimento do outro em culturas diferentes”, no entanto, elas devem funcionar como um suporte ao “contacto pessoa a pessoa, comunidade a comunidade”, salienta o padre António Fernandes

Laurinda Alves, jornalista, professora e voluntária, e Fernando Fonseca, diretor executivo e coordenador de projetos digitais numa empresa sediada nos Estados Unidos da América, foram os outros oradores presentes na iniciativa dos Missionários da Consolata.

MD/JCP

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