Igreja: D. Pio Alves fala de um sacerdócio «feliz» e próximo das pessoas, após 50 anos de padre (c/vídeo)

Diocese do Porto vai assinalar este domingo o 50.º aniversário de ordenação sacerdotal do bispo auxiliar

 

Lisboa, 08 set 2018 (Ecclesia) – D. Pio Alves, bispo auxiliar do Porto que em 2018 completou 50 anos de ordenação sacerdotal, disse à Agência ECCLESIA que este é um percurso “feliz” em que tem procurado promover uma relação de proximidade com todos.

“Estou feliz. Estou feliz, não sonhei o percurso – é o que Deus vai pondo pelo caminho, as pessoas que se vai encontrando -, mas estou feliz e não me arrependo minimamente do passo que dei. Pelo contrário”, referiu o sacerdote, em entrevista por ocasião do 50.º aniversário de ordenação sacerdotal.

A Diocese do Porto assinala a data este domingo, dia da Dedicação da Catedral, pelas 16h30, numa Missa conjunta pelo centenário da morte de D. António Barroso e pelo jubileu sacerdotal de D. Pio Alves.

O bispo auxiliar refere que um dos momentos “mais significativos” da sua vida sacerdotal tem sido a experiência de proximidade no Sacramento da Reconciliação.

“Vê-se o muito que se pode fazer, no respeito pelas pessoas, e os dramas que muitas vivem, e que muitas vezes se escondem por trás de aparências felizes. São momentos de particularíssima delicadeza, no respeito pelas pessoas, mas também de disponibilidade de acender alguma luz, aqui e ali”, explica.

Para o entrevistado, a ordenação episcopal representou um “modo novo” de ser padre, que lhe permite uma “relação muito próxima com os sacerdotes” e com todas as pessoas, em particular no contexto das visitas pastorais.

A entrevista passa em revista um percurso com “sustos” como o regresso a Braga, os anos como vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa (UCP) entre 1994 e 2000, passando a residir em Lisboa, e a escolha, por Bento XVI, como bispo auxiliar do Porto, em 2011.

Na diocese nortenha, foi administrador apostólico, antes da sucessão de D. Manuel Clemente por D. António Francisco dos Santos, entre julho de 2013 e abril de 2014.

“[Foi] Demasiado tempo. De tal forma que, na reta final, começou a ser particularmente mais pesado”, admite o prelado.

D. Pio Alves é o quarto padre em 12 irmãos, uma vocação nascida com a ajuda do ambiente paroquial, no Alto Minho, e o ambiente familiar.

O bispo auxiliar recorda o seu percurso sacerdotal, a importância do Concílio Vaticano II e dos Estudos teológicos em Navarra (Espanha), com formação em Teologia Patrística.

“Guardo desses anos gratíssimas recordações, pelas relações pessoais, e também pelo esforço, pela perceção que tive da necessidade de tratar os conteúdos de modo a que possam ser percebidos pelo destinatário, para não estarmos a perder o nosso tempo”, recorda.

O responsável é vogal da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, após ter sido presidente da mesma durante dois mandatos.

Um trabalho, assinala, em setores que o ajudaram a “perceber que há muitíssima gente a trabalhar no mundo da cultura e da arte que procura, pela via da beleza, a Beleza suprema que é Deus”.

Falando de uma UCP que “está no país todo e que deve estar ao serviço do país todo”, D. Pio Alves espera uma consciência cada vez maior da necessidade da “presença da Igreja, institucional, no mundo da Cultura, da Ciência, na sociedade no seu todo”, através da Faculdade de Teologia.

Pio Gonçalo Alves de Sousa nasceu em Lanheses, Concelho de Viana do Castelo, a 20 de abril de 1945; foi ordenado presbítero a 15 de agosto de 1968 na Sé de Braga e nomeado bispo pelo Papa Bento XVI a 18 de fevereiro de 2011, tendo a ordenação episcopal decorrido a 10 de abril desse ano.

LS/OC

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