Igreja/Ensino: «Presente e futuro» das Escolas Católicas em debate nas primeiras jornadas nacionais do setor

«Momento difícil» marca encontro de meia centena de instituições de ensino

Coimbra, 25 nov 2017 (Ecclesia) – As I Jornadas das Escolas Católicas, intituladas ‘Um presente com Futuro’, promovidas pela APEC, decorrem hoje no Colégio São João de Brito, em Lisboa.

O secretário-geral da Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) afirmou que o ensino privado está a viver um “momento bastante difícil” e tem de procurar “possíveis soluções para problemas atuais”.

Em declarações à Agência ECCLESIA Jorge Cotovio assume que a Escola Católica tem “larguíssima tradição” e necessita ser “afirmada junto da sociedade portuguesa”.

Segundo o secretário-geral da APEC são “muitas as preocupações” num contexto politico e social que é “um pouco adverso ao ensino privado em geral”, sendo a principal a “diminuição drástica” do financiamento através dos contratos de associação.

“As escolas católicas sofrem mais porque, por natureza, deviam ser abertas a todas as pessoas e deviam proporcionar o ensino gratuito. Desde há dois anos que há uma limitação muito grande no financiamento das escolas com contratos de associação”, desenvolveu.

Neste contexto, adianta que tinham 29 escolas com contrato de associação e, agora, são 25 escolas porque as restantes “não aguentaram o funcionamento sem este financiamento do Estado”.

O encerramento das escolas, acrescenta Jorge Cotovio, “acarreta imensos problemas” a começar pelos funcionários docentes e não docentes, “os alunos foram reencaminhados para zonas muito mais afastadas da residência” e “é também menos uma oportunidade que a Igreja tem de evangelizar”.

“Eram escolas abertas a todas as classes sociais e situadas em zonas rurais ou semirrurais. A Escola Católica ficando limitada no financiamento fica vedado praticamente às pessoas com menos disponibilidade económica aceder à nossa educação cristã”, realça.

Para o secretário-geral “é importante” as instituições de ensino católicas terem um encontro “mais marcante” depois do congresso que realizaram em 2004.

A organização ainda está à espera que o primeiro-ministro, António Costa, confirme se vai estar presente nas jornadas, ou outro membro do Governo português porque será “muito relevante”.

Segundo Jorge Cotovio era uma forma de respeitar as Escolas Católicas e “reconhecer” a sua ação no “desenvolvido da educação nacional” ao longo da história e era uma oportunidade de ouvir “as preocupações” e dar “algumas pistas de solução” aos problemas.

“Vamos fazer chegar as nossas conclusões de outro modo”, observa.

O programa das jornadas tem três temáticas centrais que são as “principais preocupações” neste momento: ‘A escola católica, na fidelidade às suas origens’, que vai ser apresentado por D. Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa e vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé; ‘A escola católica, uma necessidade ou um luxo?’.

Para o terceiro tema, ‘Uma escola católica aberta a todos – desafios e (novos) caminhos’, a APEC convidou oradores de diversas realidades, “até fora do contexto educativo”, para partilharem “conselhos e recomendações”.

No encontro vai ser lida uma mensagem do Papa Francisco.

“É motivo de alegria e estimulo para não desistirmos perante as dificuldades”, concluiu Jorge Cotovio.

CB/OC

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