Igreja: Estar onde o Evangelho é mais preciso

O Programa 70×7 do próximo domingo destaca o mês missionário de outubro

Lisboa, 20 out 2017 (Ecclesia) – Em Portugal ou em países em vias de desenvolvimento, a Igreja Católica continua a mostrar-se viva e a estar onde o Evangelho é mais preciso, como atesta este mês de outubro, especialmente dedicado às missões.

João Antunes aos 71 anos foi enviado para a região de Sumbe, em Angola, integrado no grupo missionário Ondjoyetu, da Diocese de Leiria-Fátima.

Em declarações à Agência ECCLESIA, realça o gosto que sempre teve em partir e estar no meio das pessoas, a ajudar a construir vidas com futuro.

“Vou fazer o que é preciso, o que for possível e se eu não puder fazer Deus pode. Ele está lá e vai ajudar”, salienta.

Junto das comunidades angolanas locais, o trabalho vai assentar sobretudo na procura de soluções e ferramentas que possam ajudar as pessoas a caminhar por si próprias e a criarem o seu futuro.

“Eles têm que ser parte integrante do seu desenvolvimento. Eu não vou fazer nada. Porque eles se não quiserem que se faça a gente não consegue”, aponta João Antunes.

Este mês também é feito da história de Manuel Fidelino Jardim, um sacerdote comboniano natural da Madeira, que passou 25 anos na República Democrática do Congo, antigo Zaire.

Naquela nação africana, viveu as convulsões da guerra e da luta pelo poder que envolveu figuras como os presidentes Mobutu Sese Seko, Laurent Kabila ou mais recentemente o filho deste, Joseph Kabila.

“Foi a primeira vez que vi de perto uma metralhadora a disparar”, confidencia o padre Fidelino, que contou como foi lutar para conservar a vida – no meio da perseguição feita aos missionários – e ao mesmo tempo concretizar os objetivos da missão, que eram muitos.

Um dos pontos mais relevantes desse trabalho teve como sujeito o povo pigmeu, que o sacerdote madeirense acompanhou por duas vezes.

“Um povo muito simples, muito bom, mas por isso é fácil explorá-lo”, conta o sacerdote.

Na zona de Lisboa, um pouco mais ao lado, na Damaia, fomos conhecer o Centro Social 6 de maio, uma instituição coordenada pelas Irmãs Dominicanas do Rosário que serve o bairro com o mesmo nome.

Um aglomerado que cresceu desde meados dos anos 70 do século XXI, com a vinda de milhares de migrantes provenientes de países lusófonos como Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau.

A partir de 2015 a autarquia local começou a implementar um plano de demolição do bairro, acompanhado por um programa especial de realojamento das pessoas.

No entanto, há alguns meses que este processo está parado, agravando um cenário já de si complicado.

“Há muita degradação, muita, casas semidemolidas. Cada dia o bairro é mais preenchido por mais traficantes e consumidores, onde reina a prostituição, há filmes a mostrar essa realidade que nos dá uma tristeza imensa. Porque o bairro não foi isto, e as pessoas que ainda vivem o bairro não são isto”, frisa a irmã Deolinda.

Estas e outras histórias, para ver no Programa 70×7, este domingo a partir das 07h27 na RTP2, e para ler no dossier da edição mais recente do semanário ECCLESIA.

JCP   

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