Igreja: Imaculada Conceição, a vencedora do Mal

Irmã N’dira da Cruz fala da marca desta solenidade na espiritualidade da sua congregação e na sua vida

Lisboa, 08 dez 2017 (Ecclesia) – A irmã N’dira da Cruz é religiosa das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, celebrando por isso de forma particular a solenidade litúrgica deste 8 de dezembro, que vê como uma inspiração na luta contra o mal.

O dogma da Imaculada Conceição declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.

Um “privilégio” que não deixa de inspirar os católicos, segundo a irmã N’dira da Cruz, porque todos podem ver em Maria uma “vencedora do mal”.

“É o maior desafio que eu sinto, Maria foi aquela que foi capaz de ir quebrando o elo do pecado. Recebeu, realmente, o dom singular e ímpar de ser imaculada desde a sua conceção, mas admiro, sobretudo, o facto de ter perseverado nessa imaculidade de coração e de ser capaz de vencer, em momentos mais críticos, inclusivamente ao pé da cruz, de vencer o mal com o bem”, refere à Agência ECCLESIA.

Quebrar esse “elo do pecado” é, por isso, uma das marcas que esta religiosa da Imaculada Conceição procura concretizar no seu dia a dia, “em coisas pequeninas”, como a crítica.

A irmã N’dira da Cruz vê na celebração da solenidade litúrgica de 8 de dezembro um dia especial para reforçar uma interrogação sobre esta dimensão: “De que maneira é que vivo essa marca do meu ser, que faz parte da minha vocação, missão?”.

“Olho para Maria como acolhedora da graça que é o próprio Deus, acolhida e correspondida com fidelidade”, assinala, a religiosa, consagrada há 20 anos.

A celebração da Imaculada Conceição é uma inspiração para “continuar a fazer Deus presente”, em “sintonia com o próprio bater do coração divino”.

“Deus escolheu Maria e continua a escolher todas aquelas que são de Maria”, acrescenta.

No jubileu dos 175 anos de nascimento da Beata Maria Clara, fundadora da congregação portuguesa, a celebração desta solenidade ganha uma dimensão especial, com a figura da Virgem Maria a surgir como “protótipo” da consagração.

A Beata Maria Clara seguiu a vida religiosa poucos anos após a proclamação do dogma da Imaculada Conceição (1854), fazendo votos de proclamar sempre publicamente esta verdade de fé.

“Isso esteve na sua espiritualidade de tal modo que passou de geração em geração, até chegar a nós”, realça a irmã N’dira da Cruz.

A religiosa fala ainda do desafio de acolher o outro, que exige o “olhar de Maria” para ser capaz de estar atenta à pobreza, às periferias.

“Precisamos mesmo de sair, de abrir as nossas portas”, prossegue.

A entrevista à religiosa é um dos textos que integra a mais recente edição do Semanário ECCLESIA, com um dossier dedicado à Imaculada Conceição.

OC

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