Incêndios: «Habitação» e «emprego» são prioridades da União das Misericórdias Portuguesas

Desertificação das localidades atingidas pelo fogo preocupa as instituições

Lisboa, 04 jul 2017 (Ecclesia) – A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) informa que os fundos solidários angariados para a população afetada pelos incêndios deverão “apoiar a recuperação de imóveis de habitação permanente” e criar condições para o emprego, evitando “a desertificação das localidades”.

“Seremos extremamente rigorosos e transparentes com cada cêntimo doado, pelo que iremos criar uma plataforma digital de consulta pública de todos os donativos angariados”, informa o presidente da União das Misericórdias Portuguesas.

Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, Manuel de Lemos afirma que a UMP “reitera que todos os donativos angariados” vão ser investidos no “apoio direto” às famílias afetadas pelos incêndios florestais.

A UMP recebeu 1 milhão e 153 mil euros para as vítimas dos incêndios florestais da região centro angariados de 27 para 28 de junho no concerto solidário ‘Juntos por Todos’, que se realizou no MEO Arena, em Lisboa.

O modelo de intervenção para apoiar a população de Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos e outros locais de Portugal continental afetada pelos incêndios foi definido após reunião do grupo de trabalho de emergência que foi criado para responder à catástrofe que provocou 64 mortes e mais de 200 feridos, além de ter atingido 90 casas e 25 empresas.

Segundo o comunicado, para a intervenção local dos trabalhos foi nomeada uma Comissão Executiva que conta com os provedores das localidades afetadas e dos presidentes dos Secretariados Regionais da UMP de Leiria e Coimbra.

A UMP informa que vai também apoiar a Administração Regional de Saúde Centro, com a “mobilização de especialistas de saúde, como psicólogos, médicos e enfermeiros, para darem uma “resposta imediata às necessidades” da população.

A União das Misericórdias Portuguesas destaca ainda que, com a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação Montepio, a Sonae Sierra e a associação de solidariedade ‘Just a Change’, está a “trabalhar em estreita articulação” com os serviços da Segurança Social, a Autoridade Nacional de Proteção Civil e as Câmaras Municipais e Misericórdias de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Sertã e Penela.

Em todo o território português existem atualmente 387 Misericórdias, algumas com mais de 500 anos de existência.

O presidente da República Portuguesa recebeu Manuel de Lemos esta segunda-feira, em audiência no Palácio de Belém.

Marcelo Rebelo de Sousa visitou hoje Castanheira de Pêra, no 103.º aniversário do concelho, para manifestar a sua solidariedade às vítimas do incêndio que deflagrou a 17 de junho.

CB/OC

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