Lisboa: Federação «Solicitude» aprovou plano estratégico até 2021

Sustentabilidade das instituições sociais católicas e nova lei de proteção de dados são alguns dos desafios assumidos por este organismo

Torres Vedras, 23 fev 2018 (Ecclesia) – A nova Federação ‘Solicitude’ – Federação dos Centros Sociais e Paroquiais e Outras Entidades Canónicas de Ação Sociocaritativa, Formação, Ensino e Saúde – do Patriarcado de Lisboa, aprovou hoje o seu plano estratégico até 2021.

Numa assembleia-geral que decorreu no Centro Pastoral de Torres Vedras, 106 instituições associadas deram luz verde a um programa que prevê, entre outros projetos, uma atenção especial à “gestão” e “sustentabilidade” dos vários organismos e a criação de “um fundo diocesano” de apoio às instituições em “risco de rutura financeira”.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, no final deste encontro, o presidente da direção da Federação realçou a importância de “perceber os problemas que muitas instituições hoje têm e encontrar soluções”.

“Daí a proposta da criação de um fundo proveniente dos nossos rendimentos que possa dar um apoio imediato numa situação de dificuldade”, referiu José António Parente.

No referido plano está contemplada o estabelecimento de protocolos com a Universidade Católica Portuguesa, e outras instituições educativas, para acesso por parte das instituições a formação na área da gestão e da sustentabilidade.

Está também no horizonte a criação de um manual de “boas práticas” a partir da experiência das várias instituições e o lançamento do Dia da Pastoral Social, a nível diocesano ou nacional, porque é essencial, na ótica da Federação, afirmar cada vez mais aquilo que distingue ou aquela que é a identidade das instituições sociais católicas, face a outros atores deste setor e também ao Estado.

“Aquilo que sempre defendemos e dissemos é que primeiro temos que olhar para nós, para que é que existimos, a nossa identidade, e marcá-la, vincá-la. Não é por acaso que aparece este nome ‘Solicitude’. Entendemos que instituições deste género não podem estar misturadas numa amálgama onde a identidade muitas vezes não se sobrepõe. Há um objetivo, há uma missão que não é igual para todos”, frisou José António Parente.

Um dos aspetos que a Federação considera ter de ser “muito bem refletido” é a posição face a também recém-criada Federação da Economia Social, que quer congregar todas as organizações do chamado “terceiro setor”.

Para o presidente da direção da ‘Solicitude’, é essencial que as instituições percebam o que é que está em causa com esta Federação da Economia Social e em que medida é que as instituições da Igreja Católica devem “estar ou não envolvidas nela”.

De acordo com aquele responsável, o que está aqui em causa é o modelo de atuação que se pretende para as instituições sociais católicas, que não colocam a sua prioridade na “economia” ou nos “números”, nem tão pouco nos “euros” ou nas “estatísticas”, mas sim nas “pessoas”.

“É nessa dimensão que queremos cá estar, aqueles que querem ajudar e aqueles que são ajudados. Sempre dissemos que não pretendemos ser nem oposição nem concorrência, mas queremos ser nós e ter a nossa voz”, sustentou José António Parente.

Em maio entra em vigor na União Europeia a nova lei para a proteção de dados, que terá também implicações para as instituições sociais da Igreja Católica.

Durante a assembleia, a Federação ‘Solicitude’ foi desafiada a assumir também esta preocupação no seu plano estratégico e mostrou-se aberta a abraçá-lo e a ajudar os associados a perceberem como podem ir ao encontro das novas exigências, em termos da proteção dos dados dos seus utentes, de toda a informação das instituições.

“As instituições carecem deste tipo de apoio, e de facto nós sentimos que ele não tem existido. Não é somente formação, é saber o que é que se tem de fazer, é estar lá, é dar um contributo e se for necessário dar o nome na defesa das instituições, dos seus direitos., é centralizar uma resposta de acordo com o que a lei prevê”, completou o presidente da direção.

A assembleia-geral da ‘Federação Solicitude’ aprovou também o orçamento do organismo para este ano, que será inicialmente de 25 mil euros; e a quota anual de cada associado.

Está também já em funcionamento da página online da Federação, onde podem ser consultadas mais informações acerca da mesma, desde a sua missão e estatutos até aos seus valores e eixos estratégicos; há também um espaço reservado à inscrição de mais instituições como associadas deste organismo do Patriarcado de Lisboa, que por agora tem a sua sede instalada em São João das Lampas.

JCP

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