Lusofonia: Voluntários portugueses vão fazer 4500 quilómetros de autocarro em nome da solidariedade

Iniciativa integra a celebração dos 25 anos de missão da Fundação João XXII na Guiné-Bissau

Lourinhã, 24 fev 2017 (Ecclesia) – A Fundação João XXIII – Casa do Oeste, instituição católica de solidariedade social, segue hoje para a Guiné-Bissau para celebrar 25 anos de missão naquele país e entregar um autocarro a uma escola de ensino especial.

O padre Joaquim Batalha, impusionador do projeto da Fundação, destacou à Agência ECCLESIA a oportunidade de festejar o autêntico “milagre” que tem acontecido ao longo destes anos, graças ao esforço de “muitas pessoas”.

“Chegamos em 1990 à Guiné para evangelizar, uma missão muito simples que o Espírito Santo depois desenvolveu para uma dimensão que não esperávamos”, recorda o sacerdote.

Situada em Ribamar da Lourinhã, no Patriarcado de Lisboa, a Fundação João XXIII – Casa do Oeste foi oficialmente constituída em 1992 e tem-se afirmado ao longo dos anos como um polo de voluntariado e missão, não só dentro mas fora do país, com o contributo de jovens e adultos, em parceria com organismos como a Juventude Agrária Rural Católica e a Ação Católica Rural.

“A nossa missão é apoiar os projetos de iniciativa guineense para o seu próprio desenvolvimento”, salientou hoje o padre Joaquim Batalha.

A comitiva da Fundação, que conta com 18 voluntários, parte esta tarde numa iniciativa simbólica que vai ter lugar em frente ao Convento de Mafra, a partir das 17h00.

Sete elementos seguirão de avião (no dia 2 de março), mas hoje nesta partida específica seguirão 11 voluntários de autocarro, numa viatura oferecida por uma empresa transportadora e que será depois posta ao serviço de um estabelecimento de ensino especial, nos arredores de Bissau.

Trata-se do Complexo Escolar – Ponta Gardete, gerido pela Associação de Surdos guineense, que foi o primeiro projeto de ensino escolar especial a ser construído naquele país lusófono.

O referido autocarro foi batizado com o nome ‘O Bojador”, em alusão ao cabo das tormentas que foi finalmente dobrado pelo navegador Gil Eanes em 1434, em pleno início dos Descobrimentos, que levaram Portugal a África e a outros continentes.

Antes de chegar a Bissau, a comitiva que seguirá de autocarro fará mais de 4500 quilómetros, através de Espanha, Marrocos, Mauritânia, Gâmbia e Senegal.

“Foi um veículo que a escola manifestou a necessidade de ter e nós vamos lá para executar essa ideia”, sublinha o padre Joaquim Batalha, que adianta ainda que está para breve o envio de um contentor, por parte da Fundação, com materiais e equipamentos para ajudar a “rechear” esta escola.

Um dos primeiros projetos que a Fundação apoiou na Guiné foi a criação de uma cooperativa escolar, em Bissau.

Esta Cooperativa de Ensino de São José vai acolher a 10 de março a conferência ‘25 anos de solidariedade na Guiné’, da Fundação João XXIII – Casa do Oeste.

Atualmente a Fundação João XXIII – Casa do Oeste apoia perto de 20 instituições e projetos na Guiné-Bissau, em áreas como a educação, a saúde, a agricultura, a capacitação e desenvolvimento, o apoio a crianças, jovens e idosos, o acompanhamento à maternidade, a comunicação e a cultura.

JCP

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