ONU/Armas nucleares: Vaticano apela a reforçar lei internacional contra a disseminação de uma «paz baseada no medo»

Revisão do Tratado de Não-Proliferação do armamento nuclear está marcada para 2020 

Genebra, 23 abr 2018 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé junto da Organização das Nações Unidas em Genebra sublinhou hoje a “não-proliferação das armas nucleares e o desarmamento” como uma “responsabilidade ética e moral” para com a humanidade.

Numa intervenção feita esta manhã, relacionada com a preparação da conferência de revisão do Tratado de Não-proliferação das Armas Nucleares, marcado para 2020, D. Ivan Jurkovic salientou a importância de “reafirmar” este acordo como “parte essencial da agenda internacional”, numa época em que “crescem as tensões e a instabilidade”.

“As relações internacionais não podem ficar reféns da força militar, da intimidação mútua ou da ostentação da capacidade bélica de cada um”, apontou o arcebispo esloveno num depoimento enviado esta segunda-feira à Agência ECCLESIA.

Sobre as “armas de destruição em massa” e “em particular o armamento nuclear”, o representante da Santa Sé disse que quem recorre a esta opção não pode estar escudado sob o pretexto da segurança, nacional ou internacional.

Porque estas armas não criam mais do que “uma falsa sensação de segurança”, a “trágica ilusão” de “uma paz baseada no medo”.

“As pessoas anseiam por uma paz verdadeira, que é algo oposto ao medo. Este é um dos desejos mais profundos do coração humano (…) um desejo que não pode nunca ser satisfeito apenas através do recurso às armas, e muito menos através da posse de armas nucleares e outro tipo de armamento de destruição em massa”, salientou D. Ivan Jurkovic.

Neste contexto, o Vaticano apela ao fim da “complacência diante da continua posse e modernização” deste género de armamento.

Imaginem se todos os recursos que têm sido aplicados e desperdiçados ao serviço da modernização e manutenção das armas nucleares tivessem sido investidos no combate à pobreza, à desigualdade e injustiça, à degradação do meio ambiente e da saúde”, sustentou o observador permanente da Santa Sé, que concluiu com o repto:

Que se preserve e reforce um tratado que foi desenvolvido devido à consciência das implicações “catastróficas” que a proliferação das armas nucleares pode ter para o futuro “da humanidade e de toda a vida na Terra”.

JCP

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