Papa: “A Igreja precisa de união, não de solistas fora do coro ou de quem corre atrás de objetivos pessoais”

Francisco encontrou-se hoje em Roma com um grupo de 74 bispos provenientes de territórios de missão

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 08 set 2018 (Ecclesia) – O Papa recebeu hoje em audiência uma delegação de bispos provenientes de territórios de missão nos vários continentes, e pediu-lhes dinamismo no seu trabalho pastoral, retomando a questão dos abusos sexuais na Igreja.

Na sua mensagem, publicada pelo portal Vatican News, Francisco pediu aos prelados que cuidem particularmente de realidade como “as famílias e os jovens” e para terem sempre em atenção a salvaguarda daquela que deve ser a missão da Igreja Católica no meio das pessoas.

Algo que não aconteceu “em numerosas comunidades nas quais se verificaram comportamentos de abuso sexual, de poder e de consciência”, apontou o Papa argentino.

A este propósito, frisou que “a Igreja precisa de união, não de solistas fora do coro ou de quem corre atrás de objetivos pessoais”.

Francisco lembrou ainda estes responsáveis católicos o imperativo que transportam consigo, desde a ordenação, de estarem sempre presentes e atentos às necessidades dos povos, especialmente daqueles “que experimentam a marginalidade e a degradação”, mas para isso têm de estar de facto próximos de todos.

“Não é possível anunciar o Evangelho sentado, mas a caminho. Um bispo não é um oficial de escritório, ou um administrador empresarial, mas deve viver no meio do povo, pelas estradas do mundo, como Jesus. Levar Deus onde Ele não é conhecido, onde Ele é desfigurado e perseguido”, salientou.

Os 74 bispos de 34 países, que estiveram na audiência com o Papa, estão em Roma a participar num seminário organizado pela Congregação para a Evangelização dos Povos, da Santa Sé, evento que se vai prolongar até ao dia 15 de setembro, no Pontifício Colégio São Paulo.

No grupo estão 17 prelados de África, 8 da Ásia, 6 da Oceânia e 3 da América Latina.

Francisco lembrou estes responsáveis católicos de que um bispo é essencialmente um “homem de oração, de anúncio e de comunhão”.

E que cada pastor da Igreja é chamado a “entregar-se” aos outros e a Deus, mesmo que isso represente “a oferta da vida”.

“É fácil levar uma cruz ao peito, mas o Senhor pede-nos para levar uma cruz muito mais pesada às costas e no coração: pede-nos para partilhar a sua cruz”, completou o Papa Francisco.

JCP

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