Para além de Fátima

Szymon Gatlik é responsável de marketing na área do turismo da Câmara de Cracóvia, na Polónia, especialista no produto religioso. Assumiu, entre outros projetos, a coordenação das Jornadas Mundiais da Juventude de 2016, na cidade polaca, e a preparação do Plano de Turismo Religioso em Cracóvia até 2020.

Por estes dias, teve oportunidade de visitar pela primeira vez Fátima, no âmbito de um workshop internacional sobre Turismo Religioso, e de falar um pouco sobre essa experiência à Agência ECCLESIA.

Aquele responsável destaca um espaço “excelente”, em termos de oferta turística, desde ‘o santuário aos museus’ passando pelos espaços envolventes que teve oportunidade de explorar de forma diferente, enquanto fazia o seu ‘jogging’ matinal.

Sendo um homem ligado a uma cidade com um grande património religioso, que inclusivamente nos últimos 40 anos recebeu a visita de um Papa por 9 vezes (João Paulo II, Bento XVI e Francisco) deixou a sua visão acerca de Fátima, no âmbito de dois grandes acontecimentos que se avizinham, ambos em maio deste ano:

A comemoração do Centenário das Aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria (1917 – 2017), e a participação do Papa Francisco nas festividades, nos dias 12 e 13 de maio.

 Para Szymon Gatlik, um dos pontos principais que deverão nortear a oferta turística de qualquer santuário ou local religioso de referência é que “o produto base”, ou seja, o acontecimento que está na origem do santuário “tem de manter-se”; no entanto, “é sempre possível desenvolver mais esse produto”.

O especialista em turismo religioso dá como exemplo os espaços museológicos existentes em Fátima, desde o Museu do Santuário ao Museu Interativo sobre o Milagre de Fátima, ou ainda o Museu de Cera e o Museu de Arte Sacra e Etnologia, dos Missionários da Consolata.

Espaços ‘fantásticos’ e com “muito potencial”, que podem perfeitamente “ser propostos aos visitantes no mesmo “pacote” do santuário, e fazer assim com que eles fiquem não um dia mas “dois ou três”.

Outra questão a ter em conta é completar essa oferta com outras propostas, não propriamente dentro do âmbito religioso.

E neste caso há essa possibilidade, pois perto do santuário estão monumentos como “o Castelo de Ourém, a própria cidade medieval de Ourém” e há ainda a ter em conta “a proximidade com o mar, com a costa”, apontou Szymon Gatlik.

“Por isso acredito que é possível prolongar a estadia dos visitantes aqui durante vários dias, mesmo até a uma semana”, concluiu. 

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top