Portalegre-Castelo Branco: Clero diocesano refletiu sobre «ser padre» no mundo hoje

D. Antonino Dias sublinhou necessidade de conhecer realidade envolvente

Portalegre, 09 jan 2018 (Ecclesia) – O bispo de Portalegre-Castelo Branco afirmou que os padres são hoje chamados a estar “atentos ao mundo de hoje e à cultura”, para ajudar as pessoas a crescer.

D. Antonino Dias falava à Agência ECCLESIA durante Jornada de Formação do Clero Diocesano, que analisou o tema ‘O padre no mundo atual’, esta segunda-feira, no Seminário de Portalegre.

“Conhecedores do que se passa, porque às vezes podemos estar a falar para nada; para tomar, cada vez mais, consciência da necessidade de estar a par daquilo que acontece para que a evangelização também se faça de forma a que as pessoas se sintam atraídas pela própria Palavra”, realçou o prelado.

Para o bispo diocesano, a formação é “muito importante” e destaca que há uma “relação muito boa” com os sacerdotes, “há sempre uma partilha de opiniões e esta avaliação constante: O que fazer?”.

O formador convidado foi o provincial da Companhia de Jesus (Jesuítas) em Portugal e a partir do tema ‘O padre no mundo atual’ sublinhou dois aspetos “extremamente importantes”: “Voltar ao cultivo do espírito a nível individual e voltar a uma conversação espiritual e capacidade de discernimento a nível comunitário”.

Para o padre José Frazão é necessário voltar ao “cultivo do espírito na oração, no silêncio”, na capacidade de se alimentar espiritualmente, “quase até culturalmente a missão torna-se mais exigente”.

Já sobre o segundo aspeto, o religioso considera que é importante “desenvolver práticas de conversação espiritual entre os padres”.

O Vigário para o Clero da Diocese de Portalegre-Castelo Branco referiu, por sua vez, que o tema das jornadas de formação “tinha todo o cabimento”, depois de um sínodo diocesano que “lançou muitas interrogações e vias de caminho”.

O clero local está inserido num território vasto que abrange diversas zonas – Alto Alentejo, Ribatejo, Beira – que podem dar “elementos necessários” para os padres saberem como “traduzir o Evangelho naquele contexto”.

“Há um desafio comum a todas, ele tem de ser ministro de Cristo, não pode ser indiferente há humanidade que serve e tem de fazer este diálogo como o Papa diz entre o centro e a periferia”, desenvolveu o padre Emanuel Silva.

O padre Nuno Folgado, da Diocese de Portalegre-Castelo Branco, foi ordenado em 2004 e afirma que ser padre no mundo atual que “é desafiante”.

“A constante ao longo destes 14 anos será a mudança, aquilo que nunca mudou é o facto de estar sempre tudo a mudar”, disse em declarações à Agência ECCLESIA, no final da jornada de formação do clero sobre ‘O padre no mundo atual’.

Para o sacerdote de 38 anos, ser padre no mundo atual “é muito bom” porque não é um mundo que “oiça e responda sempre que sim”.

“É um mundo que faz perguntas, contrapõe, desafia, que exige e ser padre no mundo atual é um desafio contante e é um fator de felicidade”, explica o responsável, que já passou por várias realidades – “rural, serviço diocesano, a estudar fora, só na cidade”.

Neste contexto, realça que para além do mundo, também na diocese a “mudança é constante” e todos precisam de “anunciar a propósito e despropósito”.

“Precisamos de nos centrar no que é mais essencial e não significa centrarmo-nos na igreja, nem na sacristia, mas é sermos homens da Palavra, do anúncio, do encontro”, desenvolve o padre Nuno Folgado.

CB/OC

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