Portugal/Angola: «Estamos naturalmente vocacionados a construirmos juntos as nossas sociedades» – Presidente da CEAST

D. Filomeno Vieira Dias afirma que a visita do presidente angolano se inscreve nas «relações de proximidade únicas» entre os dois países

Foto: Agência ECCLESIA/TAM

Paulo Rocha e Tiago Azevedo Mendes, enviados da Agência ECCLESIA a Luanda

Luanda, 21 nov 2018 (Ecclesia) – O presidente de Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) afirmou hoje à Agência ECCLESIA que a visita do presidente angolano a Portugal confirma as “relações de proximidade únicas” entre os dois países.

“Estamos naturalmente vocacionados a construirmos juntos as nossas sociedades e temos entre os nossos povos e estados relações de proximidade únicas”, disse D. Filomeno Vieira Dias.

Questionado sobre as expectativas para a visita que João Lourenço, presidente de Angola, vai realizar a Portugal a partir desta quinta-feira, o arcebispo de Luana lembrou as dificuldades na preparação de uma viagem que “tinha de sair”, superando “todas as dificuldades” que estavam a impedir a sua realização

“Acredito que, quer para Angola quer para Portugal, é um bom encontro, que exprime o sentimento mais profundo daqueles que, em Portugal e em Angola, sabem que têm uma missão de construírem juntos o futuro”, sublinhou.

“Espero que o presidente de Angola em Portugal leve esta mensagem e traga também de lá esta mensagem”, acrescentou o presidente da CEAST à Agência ECCLESIA, falando à margem da assembleia plenária do episcopado angolano, que decorre esta semana.

Para o arcebispo de Luanda, os dois países devem promover “relações no respeito pela dignidade pelos dois estados” e que sejam “mutuamente vantajosas”.

“Queremos caminhar juntos e construir juntos a nossa sociedade”, sustentou.

D. Filomeno Vieira Dias referiu que a história de Portugal e Angola “está entrelaçada”, “nunca se cancela”, conta “momentos muito difíceis, mais nebulosos” e também “experiências ricas, cheias de densidade de uma relação que aproximou corações, famílias, pessoas”.

“Isto não se pode cancelar por nenhum conceito ideológico ou medida administrativa”, observou.

Foto: Agência ECCLESIA/TAM

O presidente da CEAST comentou também o ciclo político do atual presidente angolano, referindo que “há uma consciência cada vez maior do sentido da justiça, da equidade, onde aquilo que diz respeito a todos deve beneficiar a todos”.

“Vemos isto como discurso e esperamos que passe a uma prática e se torne uma cultura, um modo de ser da nossa sociedade”, afirmou.

D. Filomeno Vieira Dias referiu-se ainda às comemorações dos 50 anos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, que terminaram no último domingo, afirmando que constituíram expressão de “gratidão pelo passado” e de compromisso com a “construção de uma sociedade sempre mais fraterna”.

“O grande desafio é o compromisso permanente com a pessoa humana, com a verdade, a justiça social, na construção de uma sociedade sempre mais fraterna, onde o homem se sinta respeitado na sua própria dignidade e o compromisso de fazer com que o Evangelho continue a iluminar e a inspira positivamente a construção da sociedade humana”, realçou o presidente da CEAST.

O presidente de Angola realiza entre esta quinta-feira e sábado a primeira visita de Estado a Portugal, tendo no programa sessão solene na Assembleia da República, encontro com o homólogo português e uma deslocação ao Porto para um seminário com empresários dos dois países.

PR

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