Portugal/Eutanásia: Cuidar da vida de doentes terminais e familiares na Casa de Saúde da Idanha

Laços e afetos com quem acompanha o final de vida

Lisboa, 23 mai 2018 (Ecclesia) – A Unidade de Cuidados Continuados da Casa de Saúde da Idanha, das Irmãs Hospitaleiras em Belas, dedica-se ao cuidado atencioso da vida dos utentes mas também dos seus familiares, que se podem tornar visitadores e retribuir/gerar “afetos”.

“Isto é um paraíso, adoro estar aqui, é pena não poder andar”, disse Aníbal Mendes, em declarações à Agência ECCLESIA.

O utente da Casa de Saúde da Idanha precisa de ajuda a deslocar-se e consciente da sua doença afirma que está na Unidade de Cuidados Continuados “para acabar”.

Aníbal Mendes que na entrevista partilhou também a sua vida recordou e apontou no mapa cidades europeias que visitou e explicou que gosta de estar na Idanha, em Belas.

“É calmo, sou adorado por esta gente toda”, explicou o paciente que considera que “não podem fazer mais” para além de todos os cuidados e sublinha que a sua estadia “é mesmo para acabar”.

“Mas quando, não sei”, observou o entrevistado.

Margarida Lobo agora faz parte da Associação ‘Afetos para a vida’ mas há 10 anos, quando chegou à casa de saúde das Irmãs Hospitaleiras para acompanhar o marido em fase terminal estava determinada a nunca mais não voltar.

“Era para não mais voltar, entrava na casa de saúde e ouvia o meu marido chamar só Guida, Guida, e tinha um cheiro ativo, como todas as nossas casas têm cheiro, aqui era muito ativo”, recordou.

“Pensava: «Não volto aqui a pôr os pés»”, acrescentou.

Atualmente, e como a unidade de saúde acompanha também quem fica, Margarida Lobo olha para a casa onde o marido morreu como lugar de afetos, de alegria.

“Sinto-me muito feliz e muito bem. Aquilo que pensava que não era capaz faço há 8 anos, parece que estou a entrar dentro de minha casa”, desenvolve.

A visitadora da Associação ‘Afetos para a vida’ explica que “todas as segundas-feiras” são dias de partilhar o lanche “para que as pessoas se sintam melhor” e a mesa é lugar de reunir não só os doentes que puderem ir, mas também os técnicos e os seus familiares.

Aquando a reportagem da Agência ECCLESIA na Unidade de Cuidados Continuados da Casa de Saúde da Idanha a sogra de Fortunato de Sousa estava internada há poucos dias.

“Tem sido uma experiência muito gratificante porque conhecemos o outro lado da vida”, revelou.

Já Integrado na dinâmica da instituição das Irmãs Hospitaleiras em Belas e a participar no lanche dos ‘Afetos para a vida’ realçou que “a mais-valia material é dos afetos” e a mais-valia dessa riqueza “não só espiritual mas do ser humano”.

“Estamos aqui pela entrega e depois pela outra parte gratificante de recebermos a atitude das equipas”, referiu Fortunato de Sousa.

A Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus está presente em 24 países da Europa, América, África e Ásia com uma missão orientada para a promoção da saúde e assistência na doença no âmbito da Saúde Mental e Psiquiatria.

O Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus é uma Instituição Particular de Solidariedade Social com Fins de Saúde que gere e administra os 12 estabelecimentos de saúde da Congregação em Portugal: 8 estão localizados no continente, 2 na Região Autónoma da Madeira e mais 2 na Região Autónoma dos Açores.

HM/CB

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