D. Manuel Monteiro de Castro completa 80 anos esta quinta-feira
Lisboa, 23 mar 2018 (Ecclesia) – O obra ‘O Núncio Português’, da jornalista Rosário Lira, é uma biografia de D. Manuel Monteiro de Castro, que representou o Papa em 12 países, por vezes “em situações muito difíceis”.
“D. Manuel Monteiro de Castro esteve em situações muito difíceis: no Vietnam em guerra, em El Salvador com a guerrilha, na Trinidad e Tobago com uma revolta militar, na Guatemala com raptos… não foi fácil a vida dele”, afirmou o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros António Martins da Cruz, que apresentou a obra.
Natural de Santa Eufémia de Prazins, Guimarães, onde nasceu a 29 de março de 1938, D. Manuel Monteiro de Castro foi ordenado padre em 1961 e bispo em 1985 e foi criado cardeal pelo Papa Bento XVI, no dia 18 de fevereiro de 2012.
Para o embaixador português, D. Manuel Monteiro de Castro é um “lídimo representante” da diplomacia do Vaticano, “considerada uma das melhores senão a melhor diplomacia do mundo”.
António Martins da Cruz recordou também os anos em que foi embaixador em Madrid e D. Manuel Monteiro de Castro núncio apostólico e os “conflitos latentes entre a Conferência Episcopal e o governo por causa de posições assumidas pelos bispos bascos no tempo da ETA”.
“Ele soube sempre defender primeiro os pontos de vista do Vaticano, que são importantes para a Santa Sé e para nós cristãos, e também equilibrar as posições entre os bispos”, sublinhou o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros português.
“Como ele diz numa frase citada na biografia, ele era ao mesmo tempo o representante do Papa para a Igreja local e o embaixador do Papa para com os governos. E foi com estes dois chapéus que sempre orientou a sua vida”, acrescentou António Martins da Cruz.
Editado pela ‘Lucerna’, a obra ‘O Núncio Português’ é um contributo para conhecer “a prestação de um português em diferentes países” como representante do Papa, afirma Rosário Lira, que pensou em escrever a obra quando fez uma entrevista a D. Manuel Monteiro de Castro, em 2010.
Das missões que teve, Rosário Lira destaca a representação diplomática no Vietnam, sem dizer a toda a família, o contributo para a paz em El Salvador, que conseguiu, e o relatório que fez sobre Timor-Leste, que “foi fundamental” para o desfecho da história do país.
“Nunca virava a cara aos problemas, o que fez com que procurasse sempre o consenso entre as partes. Com ele nunca se fechava uma porta, nunca se quebrava uma ponte”, afirmou a jornalista.
D. Manuel Monteiro de Castro completa 80 anos esta quinta-feira, dia 29 de março, deixando de ser cardeal eleitor por ocasião de um eventual conclave.
PR