Publicações: Papa apresenta livro com textos inéditos de Madre Teresa de Calcutá

Francisco sublinha importância de estar próximo da «periferias»

Cidade do Vaticano, 25 jul 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco assina o prefácio do mais recente livro dedicado à Madre Teresa de Calcutá, com textos inéditos da futura santa, convidando os jovens a aprender com ela a importância de estar nas “periferias”.

“[Caridade] é tornarmo-nos próximos das periferias dos homens e das mulheres que encontramos todos os dias e sentir compaixão pelos últimos no corpo e no espírito”, escreve.

A seis semanas da canonização de Madre Teresa de Calcutá, o Papa recorda a importância da oração na vida da religiosa, cujo trabalho foi distinguido com o Prémio Nobel da Paz.

Francisco espera que esta figura ajude a “despertar consciências” para o “drama da pobreza” e leve os católicos a “entrar no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina”.

No início do prefácio, o Papa lembra que “a Igreja não é uma ONG”, algo que era dito pela própria Madre Teresa.

“As ONG trabalham para projetos e nós trabalhamos para Alguém. A Igreja trabalha para Cristo e para os pobres nos quais Cristo vive, nos estende a mão, invoca ajuda, pede o nosso olhar misericordioso, a nossa ternura”, precisa.

Francisco deixa uma palavra de estímulo aos jovens, que convida a ser “construtores de ponte, para eliminar a lógica das divisões, da recusa, do medo dos outros”, colocando-se “ao serviço dos pobres”.

O livro ‘Amemos quem não é amado’ foi publicado pela Editora Missionária Italiana (EMI).

Na obra, com reflexões pronunciadas em 1973, na cidade italiana de Milão, Madre Teresa afirma que “a doença mais grave não é a lepra ou a tuberculose, mas a solidão”, a causa de “desordens, divisões e guerras”.

A Beata Teresa de Calcutá (1910-1997) vai ser canonizada pelo Papa Francisco no próximo dia 4 de setembro.

Para esta ocasião, as Missionárias da Caridade (congregação fundada pela futura santa) preparam um programa festivo, que se estende de 1 a 8 de setembro, com o tema ‘Portadora do amor terno e misericordioso de Deus’.

Ganxhe Bojaxhiu, a Madre Teresa, nasceu em Skopje (Macedónia), pequena cidade com cerca de vinte mil habitantes então sob domínio otomano, a 26 de agosto de 1910, no seio de uma família católica que pertencia à minoria albanesa, no sul da antiga Jugoslávia.

A 25 de dezembro de 1928 partiu de Skopje rumo a Rathfarnham, na Irlanda, onde se situa a Casa Geral do Instituto da Beata Virgem Maria, para abraçar a Vida Religiosa, com o ideal de ser missionária na Índia.

Acabou depois por embarcar rumo a Bengala, passando por Calcutá até Dajeerling, numa casa da Congregação fundada pela missionária Mary Ward, onde escolheu o nome de Teresa.

Madre Teresa absorveu o estilo de vida bengali e, posteriormente, transmitiu-o às suas religiosas, quando fundou as Missionárias da Caridade.

O seu trabalho nas ruas de Calcutá centrou-se nos pobres da cidade que morriam todas as noites, vestida com um sari branco, debruado de azul, a imagem com que o mundo se habituou a vê-la.

A futura santa esteve três vezes em Portugal, a acompanhar os primeiros passos da Congregação das Missionárias da Caridade.

A religiosa faleceu a 5 de setembro de 1997, na casa geral da congregação que fundou, em Calcutá, aos 87 anos de idade; foi beatificada por João Paulo II a 19 de outubro de 2003, depois de o Papa polaco ter autorizado que o processo decorresse sem esperar pelos cinco anos após a morte exigidos pela lei canónica.

OC

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