República Democrática do Congo: Arcebispo de Kinshasa denuncia ataques à Igreja Católica

D. Laurent Pasinya descreve «alarmante situação de segurança»

Kinshasa, 01 mar 2017 (Ecclesia) – O arcebispo de Kinshasa, na República Democrática do Congo, denunciou a “alarmante situação de segurança” em que se encontra o país africano, com diversos ataques contra a Igreja, numa mensagem à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA pela AIS, o cardeal Laurent Monsengwo Pasinya mostra-se “preocupado” e “indignado” pelo ataque ao Seminário de Malole tendo sido “incendiado” uma parte do edifício por grupos violentos que já tinham “semeado o terror entre as irmãs carmelitas” no Carmelo de Kananga.

Na mensagem, em nome da Conferência Episcopal do Congo, o arcebispo refere que os ataques, um pouco por todo o país, não têm poupado a Igreja, que tem sido alvo de incidentes graves, como a também “profanação da Paróquia de São Domingos”, no Município de Limete, por um grupo de “cerca de 20 jovens”.

À Fundação pontifícia AIS, o arcebispo de Kinshasa recorda que “derrubaram o Tabernáculo, saquearam o altar, partiram alguns bancos” e também tentaram “incendiar a igreja”, deixando “danos materiais consideráveis”.

“A Igreja Católica está a ser um alvo deliberado, de forma a se sabotar a sua missão de paz e reconciliação”, analisa o cardeal Laurent Monsengwo Pasinya.

O Papa Francisco referiu-se aos “confrontos violentos e brutais” na região do Kasai Central, na República Democrática do Congo, e manifestou “grande dor pelas vítimas”, especialmente pelas “crianças subtraídas às famílias e à escola para serem usadas como soldados”, no dia 19 de fevereiro, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

A “onda de violência” foi também denunciada pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre após confrontos entre o exército e milícias armadas, especialmente em Ngwema e Nubinza, na semana passada, quando o bispo de Luiza, D. Felicien Galumbulula, denunciou “violências incríveis e atrocidades inimagináveis contra cidadãos tranquilos”.

A AIS destaca ainda que a Igreja Católica tem desempenhado um papel importante como mediadora para libertar o país da crise política e recorda o acordo de 31 de dezembro de 2016 que prevê que o presidente Joseph Kabila renuncie ao poder após as eleições presidenciais deste ano.

A fundação pontifícia está ainda a promover, ao longo da Quaresma 2017, uma campanha internacional de apoio à Igreja em África com o lema ‘a sua fé é a nossa esperança’.

CB/OC

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