Setúbal: D. José Ornelas quer Igreja para os que são considerados «menos dignos»

« Não somos apenas aqueles que realizam cerimónias e ritos» afirmou o bispo na celebração da Missa Crismal

D. José Ornelas na celebração da Missa Crismal, Créditos: Diocese de Setúbal

Setúbal, 29 mar 2018 (Ecclesia) – D. José Ornelas exortou hoje os sacerdotes da diocese de Setúbal a acolher os “menos dignos” e a propor o anúncio “alegre e libertador” com gestos concretos.

“Fomos chamados para este serviço da misericórdia, com atitudes e gestos concretos, como fez Jesus. Antes de propor códigos morais, antes das normas e por cima delas, a nossa vida, o nosso modo de pensar, discernir, orientar e agir é chamado a ser este alegre e libertador anúncio da presença misericordiosa de Deus, em nome do qual agimos”, afirmou o prelado na homilia da Missa Crismal esta manhã na Sé de Setúbal.

 Sugeriu D. José Ornelas que o acolhimento e a misericórdia deve ser a “fonte” de alegria a executar.

“Na avaliação do nosso serviço, não creio que o Senhor nos vá censurar muito se deixarmos entrar na Igreja ou aproximar-se dele alguém que consideramos menos digno. Ele sabe bem lidar com essas pessoas, muito melhor que nós”.

A diversidade do presbitério foi focada durante a homilia, enviada à Agência ECCLESIA, mas o bispo diocesano pediu aos presentes o reconhecimento de que todos são “irmãs e irmãos”.

“Tenhamos bem presente esta nossa assembleia, quando pensamos na Igreja que formamos todos juntos. Olhemos para ela com humildade, sabendo que não é perfeita, mas igualmente com alegria e esperança, sentindo-nos, cada um de nós, responsável pela sua vida, pela coerência evangélica e pelo anúncio missionário que lhe dá força”.

Pediu ainda o bispo de Setúbal a humildade e a afectividade aos seus padres.

“Não somos apenas aqueles que realizam cerimónias e ritos. Cristo quer que sejamos expressão daquilo que passa pelas nossas mãos e daquele que está na sua origem: o Espírito Santo. Não nos façamos grandes ao modo humano, no desempenho das nossas funções, mas tenhamos sempre muita alegria e muito gosto de ser servos livres e dispensadores liberais e cheios de compaixão daquilo que recebemos gratuitamente de Deus”.

D. José Ornelas lembrou a memória de , D. Manuel da Silva Martins, primeiro bispo da diocese, falecido em setembro último, e o acompanhamento de D. Gilberto Canavarro Reis, bispo emérito sadino.

LS

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