Setúbal: «Uma refeição, pacote de massa, arroz ou atum, podem fazer a diferença» – paróquia da Cova da Piedade

Centro Social e Paroquial Padre Ricardo Gameiro, em Setúbal, não consegue responder aos pedidos de ajuda

Lisboa, 05 abr 2018 (Ecclesia) – O Centro Social e Paroquial Padre Ricardo Gameiro, na paróquia da Cova da Piedade, em Almada, alertou para o grande número de “pessoas carenciadas” a que a instituição tem de responder.

“Torna-se difícil entregar os bens alimentares necessários para a sua subsistência”, denuncia Carla Martinho, técnica social do centro.

“Uma refeição, um pacote de massa, de arroz ou atum, podem fazer a diferença para muitas famílias que veem as suas vidas condicionadas por uma sociedade que, em muitos casos, não facilita o acesso ao emprego e as limita e impede de viver com dignidade”, refere a responsável, em nota de imprensa enviada hoje à Agência ECCLESIA.

Os programas de ação social existentes revelam-se insuficientes para colmatar as necessidades e o centro social e a própria paróquia não têm produtos “suficientes face à quantidade de pedidos de ajuda”, pode ler-se no site da instituição.

A “Cantina Social” que vigorou durante cerca de quatro anos vai ser substituída pelo Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC), que tem funcionado de forma deficiente e que, de facto, não está acessível a toda a população anteriormente abrangida pela “Cantina Social”.

“Também o Banco Alimentar Contra a Fome tem diminuído as quantidades de produtos alimentares entregues”, desenvolve.

Como consequência, a Paróquia tem “redobrado o esforço para atender não só as famílias beneficiadas pelos referidos programas, mas também às necessidades das famílias que não estão abrangidas por nenhum programa e passam por grandes dificuldades”, explica a responsável.

Apesar da descida da taxa de desemprego no último ano, Carla Martinho afirma que os pedidos de ajuda não param de chegar e contabiliza-se “um total de 242 pessoas que, todos os meses, dependem de ajuda para conseguirem ‘sobreviver’”.

“Os casos de famílias, em situações de grande fragilidade económica, chegam diariamente até à nossa Instituição, Centro Social e Paroquial Padre Ricardo Gameiro, e Paróquia da Cova da Piedade a pedir apoio social e alimentar”.

Paralelamente ao apoio prestado ao nível alimentar, na procura de emprego e no encaminhamento de cada situação familiar,  educadora social realça ainda a importância de dar atenção e ouvir cada pessoa.

“Sabermos quem são estas pessoas, as pessoas não são números, são pessoas com dignidade, com histórias de vida e que precisam de ser ouvidas, é para isso que estamos cá também”, reconhece.

A crise económica e financeira vivida em Portugal deixou marcas e, apesar dos números refletirem algumas melhorias, muitos sentem ainda os seus efeitos, chegando a situações extremas de miséria, fome e pobreza, como os casos relatados na primeira pessoa no site da instituição.

SN

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