Sínodo 2018: A «missão da Igreja» é falar com jovens que vivem noutras realidades – Diretor DNPJ

Padre Filipe Diniz espera propostas operativas do Sínodo dos Bispos para aplicar na realidade portuguesa

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

Aveiro, 22 out 2018 (Ecclesia) – O diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, da Igreja Católica, afirmou que “é extremamente importante” o Sínodo dos Bispos pensar nos jovens que estão inseridos e “repensar a estratégia e metodologia de testemunho” para os jovens que não participam.

“A missão da Igreja é também esta vertente ad extra, voltar-se para uma missão muito concreta destes jovens que vivem nas suas realidades, nas universidades, nas famílias, e nunca pensaram porque é que hoje a Igreja está a refletir acerca de nós, que valores posso transmitir, que palavra posso ser à Igreja concretamente”, disse o padre Filipe Diniz.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o sacerdote sublinhou que é importante esta reflexão sinodal sobre jovens que “não estão alheios à Igreja” mas “não estão tão despertos hoje”.

“Jovens que sentiram o chamamento mas que deixaram por ordem natural, normal, porque a Igreja deixou de transmitir o que queriam ou simplesmente apagaram na sua lista de contactos”, exemplificou.

O padre Filipe Diniz realçou também a importância da Igreja Católica refletir nos jovens que já “estão envolvidos” nas suas dinâmicas, que entusiasmo trazem e “repensar a estratégia e metodologia de testemunho”.

A 15.ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos tem como tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’ e termina este domingo, dia 28 de outubro.

O diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil tem “esperança” que vão ser apresentadas propostas operativas num documento que vai ser “extramente rico para a Igreja universal” e ainda mais para a Igreja Católica em Portugal, para ter “algumas bases para aplicar o que vai ser concretamente a pastoral juvenil”.

Os jovens portugueses, que responderam ao inquérito preparatório do sínodo, manifestaram desconfiança nas instituições em geral e o sacerdote salienta que esperam que “a Igreja nos seus valores seja testemunha”, algo que “é extremamente importante”.

Segundo o responsável, o jovem espera também “uma linguagem familiar”, que a Igreja seja “uma família autêntica”, que partilha “vivências, sofrimentos”, que é “um porto de abrigo”.

“Estamos a falar de uma linguagem que é o que os jovens entendem, onde há relação, onde cada um possa partilhar livremente aquilo que sente. Uma família bem estruturada partilha anseios, desejos, sofrimentos, a Igreja não é mais se não esta família”, desenvolveu.

O padre Filipe Diniz esteve em dois encontros com jovens e realçou que “é importante reunir”, como o que a Igreja universal está a fazer com o Sínodo dos Bispos, para “partilharem aquilo que estão a viver, aquilo que são as suas preocupações, os seus desejos, os seus anseios”.

Os secretariados da juventude das Dioceses de Aveiro e da Guarda dinamizaram iniciativas onde os jovens foram chamados “a refletir e dar voz”.

“O sínodo tem falado muito disto, o Papa tem frisado muito isto, dar voz aquilo que os jovens sentem, que anseios colocam na Igreja, não só do professar a sua fé mas também professo porquê e de que forma contextualizo”, desenvolveu o diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil.

A Conferência Episcopal Portuguesa está representada na assembleia sinodal por D. Joaquim Mendes, presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, e por D. António Augusto Azevedo, presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, respetivamente bispos auxiliares de Lisboa e do Porto.

LS/CB/PR

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