Sínodo 2018: Participantes do Médio Oriente trazem testemunho de martírio e diálogo (c/vídeo)

Bispo libanês deixa alerta para risco de desaparecimento do Cristianismo, na região onde nasceu 

 Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 20 out 2018 (Ecclesia) – O bispo libanês D. Joseph Naffah, da Igreja Maronita, trouxe ao Sínodo dos Bispos, que está a decorrer no Vaticano, o testemunho de fé dos jovens “mártires” do Médio Oriente, alertando para o perigo de desaparecimento do Cristianismo na região.

“Neste momento, o Médio Oriente está a viver um período muito difícil, diria que é preciso ser franco: esta dificuldade é tanto para os cristãos como para os muçulmanos. Há uma perseguição de toda a população pacífica”, disse o bispo auxiliar de Joubbé, Sarba e Jounieh, à Agência ECCLESIA.

O responsável destacou que a comunidade cristã se depara com a dificuldade da emigração.

“A maior parte, grande parte dos jovens são obrigados a deixar o país, em busca de um lugar mais pacífico, onde possam construir a sua vida, o seu futuro. Isto levanta o perigo de um Médio Oriente que fique esvaziado da presença cristã. Penso que isso seria uma perda para toda a humanidade”.

Para o bispo libanês, a presença cristã na região onde nasceu é um sinal importante de “convivência” entre comunidades de várias religiões, sobretudo no Líbano, uma “oportunidade única para todo o mundo, para aprender a viver juntos, a dialogar”.

“Se não encontrarmos uma solução para o Médio Oriente, as consequências serão sentidas um pouco por todo o mundo”, advertiu.

D. Joseph Naffah mostra-se satisfeito com a forma como foi recebida no Sínodo dos Bispos a mensagem dos católicos libaneses.

“Muitos padres sinodais falaram dos mártires, dos jovens mártires, dos padres que perderam a vida, tanto no Iraque como no Egito ou noutros países. Sentimos uma sensibilização muito forte com este problema, que cada vez mais se tornou global”, concluiu.

A 15.ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’, decorre até 28 de outubro.

A Conferência Episcopal Portuguesa está representada por D. Joaquim Mendes – bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, e D. António Augusto Azevedo – bispo auxiliar do Porto e presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios.

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

OC

A reportagem do Sínodo dos Bispos é realizada em parceria para a Agência Ecclesia, Família Cristã, Flor de Lis, Rádio Renascença, Voz da Verdade

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