Sínodo 2018: Responsável do Vaticano diz que encontro com jovens mudou «rosto da Igreja»

Padre Alexandre Mello, secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida

 

Foto: Ricardo Perna/Famíia Cristã

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano 

Cidade do Vaticano, 26 out 2018 (Ecclesia) – O padre Alexandre Mello, secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida (Santa Sé), afirmou que o processo que envolveu o Sínodo dos Bispos sobre as novas gerações já está a provocar mudanças.

“O facto de a Igreja se ter colocado em escuta dos jovens está a mudar o rosto da Igreja, e eu espero que isso seja uma herança que vai ficar depois desse sínodo”, referiu o responsável à Agência ECCLESIA.

O sacerdote brasileiro destacou a importância de “dar a palavra aos jovens”, seja através de plataformas online, seja através do encontro de março, no Vaticano, o pré-Sínodo; na assembleia sinodal que decorre de 3 a 28 de outubro, embora os jovens sejam 10% do total de participantes, os bispos mostram abertura para os ouvir.

“Os mais aplaudidos foram sempre os jovens. Nos grupos eles participaram ativamente, tiveram a possibilidade de intervir como qualquer um dos padres sinodais, e isso marcou uma presença muito significativa”, precisa o padre Mello.

O secretário do organismo do Vaticano responsável por acompanhar o campo da Pastoral Juvenil precisa que os jovens, com a sua maneira de ser, “obrigaram a Igreja a colocar-se em escuta”.

Para o futuro ficam propostas como a criação de um organismo que centralize o trabalho com as novas gerações, no Vaticano, e a necessidade de dar aos jovens um maior protagonismo.

“A ideia de ter uma representação de jovens mais diretamente ligada ao Dicastério parece-me excelente, uma coisa muito boa; de alguma maneira, existia nos Fóruns internacionais que aconteciam a cada 3, 4 anos, às vezes relacionados com a JMJ, mas que nos últimos anos não se têm feito. Acho que isso poderia ser um impulso do Sínodo”, explica.

O sacerdote brasileiro sublinha, no entanto, que o principal trabalho se faz no terreno junto de cada jovem, para o acompanhar.

“O lugar onde tem de acontecer esse acompanhamento concreto dos jovens é nos movimentos, nas associações, na Pastoral Juvenil; deve haver estruturas nas dioceses e a nível nacional que ajudem a reunir todas as forças que trabalham com a juventude”, realça o responsável.

O grupo de trabalho em língua portuguesa propôs a criação de um Observatório do Vaticano para o acompanhamento da realidade juvenil, visando uma “presença ativa” dos mais novos.

OC

A reportagem no Sínodo dos Bispos é realizada em parceria para a Agência Ecclesia, Família Cristã, Flor de Lis, Rádio Renascença e Voz da Verdade, com o apoio da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre

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