Síria: Novos bombardeamentos atingem bairros cristãos em Damasco e Afrin

Fundação pontifícia que dá conta de «dezenas de mortos e feridos»

Lisboa, 25 jan 2018 (Ecclesia) – A Fundação Pontifícia ‘Ajuda à Igreja que Sofre’ (AIS) denunciou que pelo menos nove pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, após bombardeamentos que atingiram alguns bairros predominantemente cristãos de Damasco, na Síria, esta semana.

Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, a irmã Annie Demerjian conta que “desde o Ano Novo” têm “sido bombardeados em Damasco”.

A religiosa explica que os rebeldes têm atacado os bairros residenciais, onde “muitas pessoas morreram e outras ficaram feridas”.

Numa mensagem enviada para o secretariado português da Fundação AIS, a irmã Annie Demerjian, da Congregação das Irmãs de Jesus e Maria, refere que a “nova onda de ataques” tem atingido, particularmente, “a comunidade cristã na capital da Síria”.

A AIS localiza, para além das perdas humanas, que os bombardeamentos aos bairros de Bab Touma e al-Shaghour, “zonas historicamente cristãs”, também atingiram algumas igrejas.

O edifício da catedral foi “seriamente danificado” e o arcebispo maronita explicou que uma bomba “atingiu o complexo da arquidiocese, que inclui a catedral”, e a zona está sem “em água, nem eletricidade”.

A AIS recorda que, já no dia 8 de janeiro, D. Samir Nassar “escapou milagrosamente” da morte quando um morteiro caiu no seu quarto de onde tinha saído “instantes antes”.

“Caíram várias bombas em diferentes lugares, uma delas no pátio da Catedral Greco-Católica”, recorda a irmã Annie Demerjian deste ataque, dando conta que “sete trabalhadores ficaram feridos”.

Também o convento das Irmãs de Jesus e Maria foi atingido mas “pela primeira vez”, cinco religiosas deixaram o convento para ir “a um encontro importante” e quando regressaram encontraram “todas as janelas da casa partidas”.

“As duas salas onde habitualmente tomamos as refeições ficaram muito danificadas. Quando entrei e vi a cozinha e a sala de estar disse ‘Obrigada Senhor!’, porque se alguma de nós aí estivesse teria morrido”, observa.

A Fundação ‘Ajuda à Igreja que Sofre’ adianta que também no norte da Síria, na região de Afrin, os cristãos “pedem desesperadamente ajuda” em consequência da ofensiva militar do exército turco.

“Estamos sob um grande ataque”, denunciam os cristãos em Afrin que pedem o “fim imediato dos bombardeamentos turcos” e “proteção internacional”.

Na cidade e arredores na região de Alepo, a fundação pontifícia calcula que vivam cerca de 250 famílias cristãs.

A guerra civil na Síria começou há quase oito anos e provocou já mais de 400 mil mortos e cerca de cinco milhões de refugiados, para além de oito milhões de deslocados no próprio país.

O relatório da AIS sobre Liberdade Religiosa contabiliza 2% de católicos na população total da Síria.

CB/OC

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