Sociedade: «É dever da Igreja discernir o que o homem lhe diz» – bispo de Angra

D. João Lavrador presidiu à abertura das Jornadas de Teologia do Seminário Episcopal

Angra do Heroísmo, Açores, 28 fev 2018 (Ecclesia) – O bispo de Angra afirmou que perante as transformações “tão fortes” da cultura atual, a Igreja deve sentir-se motivada para contribuir ativamente para este diálogo esclarecido, na sessão de abertura das Jornadas de Teologia dos Açores.

“É dever da Igreja discernir o que o homem lhe diz direta ou indiretamente, aberta ou de maneira velada, mas que faz parte da sua forma se expressar, também lançando um conjunto de perguntas sobre a realidade de Deus, conhecido dos crentes mas desconhecido, e tão só pressentido pelos que não vivem no âmbito da fé cristã”, disse D. João Lavrador.

As II Jornadas de Teologia, promovidas pelo Seminário Episcopal de Angra, começaram esta terça-feira e vão refletir sobre ‘Deus na pena dos homens – o diálogo entre Teologia e Literatura’, até esta quinta-feira.

O bispo de Angra explicou que nas páginas da literatura as pessoas deparam-se com “a expressão da alma humana no seu sentir e no seu crer, na sua angustia e na sua esperança, na dor e no consolo”.

“É o homem no seu drama. Por isso a eterna pergunta sobre o homem e o seu destino que leva consigo a pergunta sobre Deus”, acrescentou D. João Lavrador, no salão nobre do Seminário Episcopal de Angra, divulga o sítio diocesano ‘Igreja Açores’.

Esta noite são oradores Urbano Bettencourt (Universidade dos Açores) sobre ‘Vitorino Nemésio – o peixe eterno e a alma encardida’ e Onésimo de Almeida com ‘Literatura açoriana – algumas questões éticas II’.

As jornadas são organizadas pelo Seminário de Angra e o reitor disse que “é o Céu” que procuram “num emaranhado de linguagens que dão sabor à vida e alimentam o coração”.

Segundo o padre Hélder Miranda Alexandre o diálogo entre a Teologia e a Literatura é “absolutamente fundamental” para compreender a realidade.

Na abertura do evento, que permite uma maior proximidade entre a Igreja e a sociedade civil, foi apresentado o primeiro número da revista anual ‘Fórum Teológico XXI’.

O professor do Seminário Episcopal de Angra, Sérgio Toste, para quem “só o título é um programa desafiante” considera que a nova publicação potencia o que é natural e que é o diálogo permanente entre o humano e o divino, fé e cultura.

O primeiro número reúne as intervenções das Jornadas Teológicas Cristianismo e Cultura, promovidas pelo Seminário de Angra, em março de 2017, com textos como ‘Fé e cultura: da rutura ao diálogo’, D. João Lavrador, e ‘Relatividade artístico-cultural e responsabilidade pastoral’, do diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, José Carlos Seabra Pereira.

As Jornadas de Teologia terminam esta quinta-feira com as intervenções de com as intervenções de Rosa Goulart (Universidade dos Açores) com uma conferência sobre ‘Vergílio Ferreira: o Deus que (lhe) morreu’ e o padre José Júlio Rocha, do Seminário de Angra, fala sobre ‘Fé e Literatura: três ensaios sobre a esperança’.

“Em três dias não se possa tratar de tudo, podemos fazer pensar e lançar pontes para outras aventuras e areópagos”, realçou ainda o reitor do seminário diocesano, observando que “Deus escreve através dos homens”, divulgou o sítio online ‘Igreja Açores’.

CB

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