Sociedade: Rede Europeia Anti-Pobreza denuncia elevada taxa de «trabalhadores pobres» em Portugal

Organização aponta como prioridade uma maior aposta na educação e na melhoria das qualificações

Lisboa, 17 out 2018 (Ecclesia) – A Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN-Portugal) alertou hoje para a elevada percentagem de trabalhadores que estão em risco de exclusão social e de pobreza monetária, apesar de terem emprego.

“Portugal continua a ter taxas de pobreza ou exclusão social e de pobreza monetária elevadas para a população em emprego. Segundo os rendimentos de 2016, Portugal tem uma taxa de trabalhadores pobres de 10.8%, e tendo em conta os rendimentos de 2015 tinha a 7ª maior taxa de risco de pobreza da União Europeia entre trabalhadores”, assinala a organização, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

Segundo estes dados, mais de 1,1 milhões dos portugueses que têm trabalho são pobres, dado que o rendimento proveniente do trabalho não é suficiente para satisfazer as necessidades familiares.

“Tendo em conta apenas os trabalhadores por conta própria, o risco de pobreza monetária atingia quase 32% desta população e 33% estava em risco de pobreza ou exclusão social”, precisa a EAPN-Portugal.

No Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se assinala hoje, a organização aponta como prioridade uma “maior aposta na educação e na melhoria das qualificações”.

Portugal apresentava em 2017 uma taxa de 23,3% de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, acima da média da União Europeia (UE 22,5%) mas 2,7 pontos abaixo da de 2008, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat.

O INATEL da Foz do Arelho, Óbidos (Patriarcado de Lisboa) acolhe hoje o X Fórum Nacional de Combate à Pobreza e Exclusão Social, que tem como tema ‘Trabalho Digno – Um alicerce para a paz social’.

A EAPN Portugal/Rede Europeia Anti-Pobreza considera que esta questão é “central para o objetivo da erradicação da pobreza e para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa, construída em alicerces de paz social”.

“É imprescindível que se permita elevar o nível de vida das pessoas, e sobretudo se permita que os que – apesar de trabalharem – continuam ‘pobres’, possam beneficiar desta situação económica de crescimento. Ou seja, temos de passar para a fase do ‘desenvolvimento’, da distribuição mais equitativa da riqueza e da promoção da justiça social”, afirma o presidente da EAPN Portugal, padre Jardim Moreira.

OC

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