Superior Geral dos Jesuítas esteve em Portugal

Festa e proximidade resumem o encontro da Companhia de Jesus em Portugal com o Superior Geral dos Jesuítas, o Pe. Adolfo Nicolás. “A própria maneira de ser e de estar reflecte muito bem a simplicidade e profundidade que caracterizam o Pe. Nicolás”, explica à Agência ECCLESIA o Superior Provincial dos Jesuítas, o Pe. Nuno da Silva Gonçalves. “Diz as coisas de uma forma muito simples mas muito profunda também”, acrescenta. Estas mesmas características foram reconhecidas pelos participantes da Assembleia Mundial da Comunidade de Vida Cristã – CVX, que se reúnem em Fátima até amanhã, motivo pelo qual o Superior Geral se deslocou a Portugal. O Superior Geral fez questão de prolongar a sua visita para estar junto da companhia de Jesus em Portugal. O Pe. Nicolás esteve com os jesuítas em formação, no Baleal, onde teve ocasião de presidir a uma celebração e dirigir palavras incentivadoras aos mais novos da companhia. “A proximidade impressionou os jovens”, explica o Pe. Nuno Gonçalves. Eleito a 19 de Janeiro deste ano Superior Geral dos Jesuítas, o Pe. Adolfo Nicolás “está ainda a conhecer as províncias e por isso não dirigiu uma mensagem particular a Portugal”, expressa o provincial português. Neste primeiros meses “está a conhecer melhor a companhia”, acrescenta. No entanto, “uma coisa repetiu diversas vezes”. “Não podemos ficar de braços cruzados diante das dificuldades que tem o mundo, a pobreza, a fome, as situações de miséria e marginalização”, recorda o Pe. Nuno Gonçalves. Este pedido é um reforço do carisma dos Jesuítas para que “continuemos a combater as injustiças”. O programa da visita do Pe. Nicolás “privilegiou o encontro com as pessoas, com os jesuítas, colaboradores e amigos”. O objectivo de visita uma obra apostólica recaiu sobre o Serviço de Jesuíta aos Refugiados – JRS, que coordena o Centro Pedro Arrupe e trabalha no acolhimento e apoio aos refugiados. A visita deu-se por “razões de proximidade, mas também para dar a conhecer o esforço que a comunidade em Portugal desenvolve no apoio aos mais pobres”, assume o Pe. Nuno Gonçalves. A visita do Pe. Adolfo Nicolás ao JRS representa o “reconhecimento do trabalho no âmbito das actividades que a companhia de Jesus desenvolve, neste caso, com os imigrantes”, expressa André Costa Jorge, Director do JRS à Agência ECCLESIA. O Director dá conta que ao longo da visita ao Centro Pedro Arrupe, o Superior Geral dos Jesuítas manifestava a sua alegria pelo desenvolvimento deste trabalho. “Teve ocasião de expressão que este trabalho é uma dimensão importante da companhia de Jesus”, a somar à sua “forte preocupação com o apoio social e o apoio à imigração”. Há cerca de uma semana, uma residente no Centro foi mãe de duas gémeas. O Pe. Nicolás deslocou-se ao quarto da utente protagonizando “um encontro muito humano”, recorda o Director do JRS. A mãe é uma imigrante são-tomenese, em Portugal ao abrigo dos acordos de saúde, e, durante o processo, “descobrimos que estava grávida e de gémeos”. O encontro entre o Superior Geral dos Jesuítas e a recente mãe foi “muito real e humano”, dá conta André Costa Jorge. “Foi uma situação de profunda verdade sobre o trabalho que fazemos”. A ajuda aos mais pobres e aos que mais necessitam, estar com eles e trabalhar no sentido da esperança. “Fala-se pouco no sentido da esperança e nos veículos de transmissão que as pessoas podem ser”, reconhece o director. A presença do Pe. Adolfo Nicolás no Centro Pedro Arrupe foi “motivo de muita alegria e percebemos que estamos a trabalhar no sentido correcto”. O Superior Geral deixou o desafio constante de presença, acompanhamento e apoio aos imigrantes e refugiados, uma tarefa que está na origem do JRS. À companhia de Jesus, o Pe. Adolfo Nicolás insistiu na importância da formação dos novos jesuítas. “Esta é uma linha de grande importância, para continuarmos a apostar na missão que desenvolvemos”, aponta. O objectivo é oferecer uma formação “sólida e profunda, não para sermos muito bem formados, mas em função da missão que a Igreja nos continua a pedir”. O Superior Geral explicou que o Papa e a Igreja “continuam a pedir aos Jesuítas missões difíceis e situações de fronteira que exigem uma formação sólida. Acolhemos por isso este pedido e daí a insistência na formação espiritual e intelectual”.

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