Trazer a Bíblia ao coração da Cidade

Fazer referência a textos com milhares de anos pode parecer estranho quando o objectivo é promover a Nova Evangelização. A exposição “A Bíblia em Festa”, instalada na Praça da Figueira, procura mostrar exactamente o contrário, apresentando a obra mais traduzida e publicada no mundo com linguagens dirigidas aos habitantes da Cidade de hoje. Pode dizer-se que o objectivo é dar a conhecer a Bíblia, entre 4 e 13 de Novembro, mas isso é pouco. Inserida no ICNE, que traz a Lisboa cristãos de vários pontos do mundo, esta exposição multimédia quer apresentar à Cidade a “Verdade”, como referiu à Agência ECCLESIA Frei Acácio, da Difusora Bíblica, uma das promotoras do evento. O gesto de abrir a Bíblia à cidade provoca as reacções mais diversas: da curiosidade à dúvida, do desconforto à esperança, do preconceito à surpresa. Isso mesmo foi constatado, em conversa com o jornalista, pelos vários voluntários espalhados ao longo da exposição, que abordam os visitantes para qualquer esclarecimento. O número de visitas tem ultrapassado as expectativas, fazendo da “Bíblia em Festa” uma das referências maiores do ICNE, até ao momento. O segredo, segundo Frei Acácio é utilizar uma linguagem simples, “para que as pessoas não estejam mais de 3/4 minutos em cada sala”. As conversas que se seguem às visitas, contudo, podem levar bem mais do que meia hora, entre interrogações profundas e a procura da Verdade. Na mostra percebe-se que a Bíblia está presente na cultura e acompanha a civilização até aos nossos dias. A pintura, a literatura, a escultura, a música, o cinema, todas as obras apresentadas são inspiradas pela Escritura. O percurso começa com um espaço dedicado à importância da Bíblia no século XXI, onde se pretende mostrar que, apesar de ser muito antiga, nunca como hoje a Bíblia foi tão procurada e publicada em todo o mundo: disponível em 422 línguas e dialectos (a mostra apresenta uma Bíblia em braille, que não deixa de chamar a atenção de todos), o primeiro livro impresso na história da humanidade vendeu 3,5 mil milhões de cópias desde 1815. Em Portugal são vendidos cerca de 100 mil exemplares por ano e a nova tradução da Bíblia dos Capuchinos já vendeu mais de 500 mil cópias desde 1998. Ao suporte em papel junta-se o vídeo, o áudio e o CD-Rom. O visitante segue depois para uma sala onde são apresentados os vários livros que compõem a Bíblia, e que fazem dela uma vasta e rica biblioteca. A exposição mostra também como esta obra tem sido, ao longo dos milénios, uma influência importante na nossa cultura e civilização, e de que forma os seus escritos se aplicam a temas actuais como os direitos humanos ou a ecologia. Um placard com frases de políticos, filósofos, artistas e homens e mulheres de Religião sobre a Bíblia domina a sala 3. É quase impossível não reparar na citação de Dostoievski: “A Bíblia pertence a todos, aos ateus e aos que crêem. É o livro da Humanidade”. “As pessoas ficam muito surpreendidas com estas frases”, assegura uma voluntária do ICNE. Ao lado, um outro placard recorda a experiência da “Bíblia Manuscrita”, que colocou Portugal a transcrever passagens da Escritura. Numa sala intitulada “Considere o Amor”, está resumida a mensagem central da Bíblia: amor a Deus e amor ao próximo. No final, os visitantes encontram um pequeno espaço com música ambiente onde podem meditar sobre salmos que vão sendo projectados num ecrã. A exposição pode ser visitada aos sábados e domingos, entre as 13 e as 19 horas, e dias úteis, das 10 às 19 horas. Nos dias 10, 11 e 12 de Novembro, a exposição estará aberta até às 24 horas.

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