Vaticano: Papa quer mais participação das mulheres no diálogo inter-religioso

Assembleia Plenária do Conselho Pontifício para o Dialogo Inter-religioso teve como tema ‘O Papel da Mulher na Educação à Fraternidade Universal’

Cidade do Vaticano, 09 jun 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje que “é necessário” que as mulheres “estejam presentes” nos encontros de diálogo inter-religioso na audiência a 40 participantes da assembleia plenária do conselho pontifício do setor.

“Muitas mulheres estão bem preparadas para participar em encontros de diálogo inter-religioso ao mais alto nível e não apenas da parte católica”, disse o Papa

Para Francisco o contributo das mulheres “não deve ser limitado a atualizações «femininas» ou a encontros só entre mulheres” porque o diálogo “é um caminho” que a mulher e o homem “devem percorrer juntos”.

“Hoje mais do que nunca é necessário que as mulheres estejam presentes”, afirmou aos participantes da assembleia plenária do Pontifício Conselho para o Dialogo Inter-religioso teve como tema ‘O Papel da Mulher na Educação à Fraternidade Universal’.

Francisco observou que o papel da mulher é hoje “ofuscado e, muitas vezes, não reconhecido” devido aos males que afligem o mundo e “atingem a dignidade da mulher”.

Na audiência aos 40 participantes da assembleia plenária do Conselho Pontifício para o Dialogo Inter-religioso o Papa contextualizou em três aspetos: “Valorizar o papel da mulher, educar à fraternidade” e “dialogar”.

“Constitui um benéfico processo a crescente presença das mulheres na vida social, económica e política local, nacional e internacional, como também eclesial. As mulheres têm pleno direito de se inserir em todos os âmbitos e este seu direito deve ser afirmado e protegido também através de instrumentos legais, lá onde se revelarem necessários”, desenvolveu.

“Trata-se de ampliar os espaços de uma presença feminina mais incisiva”, acrescentou.

Sobre o aspeto “educar à fraternidade”, o Papa considera que as mulheres “ligadas intimamente ao mistério da vida” podem fazer muito para promover o espírito de fraternidade com “a sua atenção à preservação da vida e com a sua convicção que o amor é a única força que pode tornar o mundo mais habitável para todos”.

Segundo o pontífice argentino é “graças às mulheres” que se pode “ultrapassar a cultura do descarte” porque, muitas vezes, são as únicas a “cuidar dos mais débeis e frágeis”.

Quando ao terceiro aspeto, realçou que, muitas vezes, as mulheres “empenham-se mais do que os homens” no diálogo da vida, no âmbito inter-religioso e “contribuem para uma melhor compreensão dos desafios ligados às realidades multiculturais”.

Neste contexto, assinalou que as mulheres podem ser inseridas nos “intercâmbios a nível de experiência religiosa e a nível teológico”.

“Espero que continuem a tecer o delicado tecido do diálogo”, assinalou o Papa no final do discurso, publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, onde agradeceu o “valioso serviço” aos membros, consultores e colaboradores do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso.

CB

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