Vila Real: Presépio dá vida a colégio salesiano desativado em Poiares

«Este ano quisemos fazer algo em grande, porque não sabemos o que vai ser do edifício», realça Fátima Pereira

Vila Real, 11 dez 2018 (Ecclesia) – O Colégio Salesiano de Poiares, que encerrou em junho deste ano, está a acolher até dia 30 de dezembro a 8.ª edição do ‘Presépio Vivo’, um projeto que é já uma tradição naquela parte da região transmontana.

Hoje em entrevista à Agência ECCLESIA, Fátima Pereira, uma das pessoas empenhadas nesta iniciativa, destaca um trabalho que “começou com os salesianos”, com um grupo de jovens ligado à congregação, e que hoje “envolve toda a comunidade paroquial, de Poiares e também das aldeias vizinhas”.

Este ano, a situação é diferente com a desativação do colégio, mas tudo foi feito para que “o projeto não acabasse”.

Por detrás do fechar de portas do Colégio Salesiano de Poiares, considerado um dos pilares sociais e económicos da região, com mais de 200 alunos e cerca de 50 profissionais, entre professores e pessoal não docente, estiveram situações como as alterações nos contratos de associação com o Estado e no regime de domiciliação fiscal.

“Ficámos todos tristes porque o colégio era uma referência aqui há quase 100 anos, nós crescemos com os salesianos e aprendemos com eles muitas coisas. Por isso este ano quisemos fazer algo em grande, porque não sabemos se este será o último presépio, ou o que é que vai acontecer com este edifício”, salienta Fátima Pereira.

E de facto quem visita o Presépio Vivo de Poiares depara-se com “uma autêntica catequese” sobre “todo o tempo de Jesus, até ao seu nascimento e infância”, ao nível religioso mas também mostrando “as várias profissões” e outras particularidades da época.

Ao todo são mais de 100 figurantes “de todas as idades”, que dão corpo a cerca de 40 cenas bíblicas dispostas pelas diversas salas e corredores da escola, e falam acerca de acontecimentos como “A Anunciação do Anjo a Maria, a Visitação de Maria à sua prima Isabel, o Nascimento de Jesus ou a Apresentação de Jesus no Templo”.

“O Menino Jesus tem apenas alguns meses, e o mais velho vai até aos 70 e tal anos”, explica Fátima Pereira, que também tem um papel neste presépio, no “Vale dos Leprosos”.

“Aqui nós procuramos retratar os excluídos da sociedade, aqueles que estão à parte e se sentem marginalizados. Na altura eram os leprosos que eram colocados de parte, e hoje em dia temos outro tipo de lepra, mais social”, aponta a mesma responsável, que dá conta das reações bastantes positivas, e mesmo outras de espanto, que tem presenciado, da parte de quem visita aquele espaço.

“É um ambiente fechado, quase de labirinto, entre as várias salas, mas onde se vive o espírito do Natal. E quando saem os comentários das pessoas são mesmo de que ficaram maravilhadas e emocionadas, o que por si só já é uma recompensa”, frisa Fátima Pereira.

Além de todo o envolvimento humano, a estrutura e os restantes elementos que compõem o Presépio Vivo de Poiares foram completamente concebidos a partir da utilização de materiais recicláveis.

JCP

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