Viseu: Novo bispo quer estar «atento a todos» e fazer parte de uma Igreja «hospital de campanha» (c/vídeo)

D. António Luciano vai ser ordenado bispo na sua diocese de origem, na Guarda, este domingo, e inicia trabalho pastoral no dia 22 de julho

Foto Jornal A Guarda/Francisco Barbeira, D. António Luciano

Guarda, 15 jun 2018 (Ecclesia) – D. António Luciano disse em entrevista à Agência ECCLESIA que deseja ser bispo de Viseu estando “atento a todos, em todos os lugares” e não deixando “ninguém de fora”, partilhando a ideia de Igreja como um “hospital de campanha”.

“É para isso que o Papa Francisco quer este hospital: para que a Igreja seja sinal no mundo do Evangelho de Jesus Cristo que veio para servir e dar a vida”, afirmou o sacerdote da diocese da Guarda, que vai ser ordenado bispo este domingo, na catedral diocesana.

Nomeado bispo de Viseu no dia 3 de maio pelo Papa Francisco, D. António Luciano é natural de Seia, onde nasceu a 26 de Março de 1952, estudou enfermagem, trabalhou nos Hospitais da Universidade de Coimbra, fez o serviço militar em Moçambique e, aos 28 anos, iniciou a formação para a ordenação sacerdotal, que aconteceu na Sé da Guarda, no dia 29 de junho de 1985.

“Contactei muita gente nestes meandros, gente com horizontes sobre isto de ser padre e bispo num hospital de campanha”, refere o novo bispo de Viseu, recordando os 10 anos na enfermagem e o tempo em que, como padre, foi professor na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, e na Universidade Católica, em Viseu.

Depois de ter concluído o curso de Teologia, D. António Luciano dos Santos Costa frequentou a licenciatura em Teologia Moral, em Roma, que concluiu com a tese sobre o tema «Ser livre em Cristo, Projeto responsável do homem».

Para o novo bispo de Viseu, “ser em Igreja um hospital de campanha é estar sempre disponível, próximo e preparado para acolher as pessoas e para responder às suas necessidades”.

Na entrevista à Agência ECCLESIA, D. António Luciano considera que, nos últimos 20 anos, “não se deu o valor que se devia” ao tema da ética, nomeadamente nos ambientes eclesiais, acrescentando que “não há uma vida séria que seja cristã se não tiver uma boa base moral”, o que não significa uma perspetiva “moralista”.

“Claro que aí temos um trabalho muito importante a fazer, na formação da consciência. Este ser livre em Cristo: sou livre na medida em que me sentir Homem livre, criativo, responsável, coerente, transparente, mesmo dentro da Igreja”, sustentou.

Questionado sobre o acolhimento e a integração de casais em segunda união na Igreja Católica, nomeadamente nos sacramentos, D. António Luciano afirmou que é necessário “respeitar a diversidade”, sem considerar tudo de igual forma, considerando que em cada caso é necessário fazer “um caminho”.

“Vivemos hoje numa Igreja em que muitos podem comungar, não querem e não comungam. Outros querem comungar e há o impedimento por parte da Igreja. Há que acolher, iluminar. A Igreja não está em crise, precisa de ser iluminada para ajudar a resolver as crises que entram no coração humano”, sublinhou.

Assumindo como prioridade, também pastoral, a juventude, D. António Luciano considera que é necessário “criar condições” para que se fixem nas regiões do interior, para “formarem família mais cedo”, em ordem a um “Portugal renovado”.

A ordenação episcopal de D. António Luciano vai decorrer este domingo, na Sé da Guarda, a partir das 16h00, e o início da sua atividade na Diocese de Viseu está marcado para o dia 22 de julho.

A entrevista ao novo bispo de Viseu está em destaque no programa Ecclesia emitido na Antena 1, este domingo, pelas 06h00.

PR

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