Açores: Bispo de Angra quer apostar na formação para ultrapassar o «deficit de cultura teológica»

D. João Lavrador empossou corpos sociais do Instituto Católico de Cultura

Foto: Vitor Correia

Angra do Heroísmo, Açores, 06 fev 2018 (Ecclesia) – O bispo de Angra empossou os corpos sociais do Instituto Católico de Cultura e afirmou que é preciso apostar na formação para ultrapassar o “deficit de cultura teológica” dos cristãos, em particular, dos que têm responsabilidades nas comunidades.

“A maior de todas as dificuldades coloca-se ao nível da sensibilização para a necessidade de formação”, disse D. João Lavrador, esta segunda-feira.

O sítio online diocesano ‘Igreja Açores’ assinala que o bispo de Angra falou numa “cultura da informação e de afastamento da formação”, pelo que “sensibilizar é essencial”.

“A crise da procura da verdade, com o ofuscamento da curiosidade por investigar os acontecimentos na sua profundidade e discorrer pela mera opinião pessoal ou assumir como seu o que rola pelas correntes da moda social, sem qualquer juízo critico, traduz-se na falta de convicção perante a necessidade de formação”, desenvolveu, no Centro Pastoral Pio XII, em Ponta Delgada.

O Instituto Católico de Cultura foi revitalizado 25 anos depois da sua criação e vai ser presidido pelo cónego José Medeiros Constância, estando dependente da Vigararia Episcopal para a Formação.

D. João Lavrador referiu que o instituto, em diálogo com outras instâncias, “deverá elaborar” currículos, deverá constituir uma bolsa de professores” para levar por diante um itinerário “que tenha sempre em conta a exigência necessária” para garantir a qualidade formativa.

O “desafio” em Angra é “proporcionar a formação básica do povo de Deus”, através de um itinerário “consistente e coerente” que abarque as várias ciências teológicas com subsídios que vão ajudar na aquisição de conhecimentos “atendendo sempre à realidade prática da vivência e da experiência da fé cristã, e orientado para os cristãos leigos”.

Na sessão o bispo diocesano alertou para o “deficit de cultura teológica” que marca a maioria dos cristãos e, em particular, dos que têm responsabilidades nas comunidades.

Já o cónego José Medeiros Constância, que vai presidir ao instituto, começou por fazer uma resenha histórica da entidade criada no episcopado de D. Aurélio Granada Escudeiro, “que passou por períodos longos de inatividade” e agora querem “iniciar um processo de relançamento”.

“De mãos dadas, o Instituto Católico de Cultura roga a todos – Seminário Episcopal de Angra, Serviço Diocesano da Pastoral da Cultura, da Pastoral da Comunicação Social, Comissão Justiça e Paz, Religiosos(as) da Diocese, Serviços Pastorais, movimentos Eclesiais e obras de Apostolado – uma ação concertada e programada em prol da presença da Igreja no mundo dos Açores e da Formação Cristã em toda a Diocese”, desenvolveu.

D. João Lavrador recordou as dificuldades geográficas e até humanas que condicionam o recrutamento de formadores e de formandos e aos novos membros do Instituto Católico de Cultura disse que se deve “começar” pelas Ouvidorias que “oferecem condições para arrancar”.

Neste contexto, sugeriu também o uso das novas tecnologias e incentivou o ensino à distância.

O bispo diocesano adiantou ainda que o previsto Curso de Ciências Religiosas, em articulação com a Universidade Católica Portuguesa, já não vai acontecer em Ponta Delgada e “desafiou o Instituto a encontrar outras soluções”.

O sítio na internet ‘Igreja Açores’ informa que tomaram posse os membros dos Conselhos Geral e Fiscal, órgãos maioritariamente compostos por leigos.

CB

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