Angola: Igreja Católica encoraja novo ciclo político no país e a reforma do Estado em curso

Vice-presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé disse que a visita do presidente angolano a Portugal é «uma hora nobre para os dois países»

Foto: Agência ECCLESIA/TAM

Paulo Rocha e Tiago Azevedo Mentes, enviados da Agência Ecclesia a Luanda

Luanda, 21 nov 2018 (Ecclesia) – O vice-presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) disse à Agência ECCLESIA que a Igreja Católica angolana encoraja o novo ciclo político no país e a reforma do Estado em curso.

“O novo ciclo determinou um novo paradigma de governação e de encarar os problemas”, assinalou D. José Manuel Imbamba, em Luanda, à margem da Assembleia Plenária da CEAST, que decorre esta semana.

João Lourenço é o presidente de Angola desde setembro de 2017, o terceiro na história da independência do país, iniciando um ciclo que aponta para um “desenvolvimento sustentável”.

“Antes tínhamos um ciclo político que era senhor de si, muito altivo, desatento aos apelos que as outras forças da sociedade faziam. Hoje, pelo menos, já estamos a ter um ciclo político mais disponível para escutar, reconhecer os erros, dialogar e trabalhar em prol do bem comum, das pessoas e do desenvolvimento sustentável”, afirmou.

“Abraçamos a reforma do Estado que hoje está em curso com todas as forças, auguramos que esse e esforço se mantenha e as consciências se desarmem de todo o tipo de preconceitos que ao longo dos anos fomos acumulando, para que os angolanos se sintam angolanos e todos gozem e beneficiem das mesmas oportunidades”, acrescentou D. José Manuel Imbamba.

Sobre o contributo da Igreja Católica no atual momento da história de Angola, o vice-presidente da CEAST sustentou que “a construção da paz, da reconciliação e da unidade é uma tarefa que vai continuar sempre”.

“A CEAST propõe-se ser um veículo de evangelização, de promoção da pessoa humana, ajudando a formar consciências e consensos”, assinalou, acrescentando que “a luta pela justiça, pela igualdade, pelos direitos, pelo emprego, pelo trabalho, pela promoção da cultura, são questões que vão estar sempre na agenda do dia”.

O vice-presidente da CEAST referiu-se também à visita do presidente angolano a Portugal, afirmando que é “uma hora nobre para os dois países”.

“Num passado recente as relações estavam em crispação e nós acompanhamos com muita amargura esse momento azedo, digamos assim, que os dois países viveram. Querendo ou não, são países condenados a caminharem juntos”, observou.

Acho que será uma oportunidade de ouro para mostramos que o que nos une está muito acima dos interesses políticos”, concluiu D. José Manuel Imbamba.

PR

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