Ano B – 11.º Domingo do Tempo Comum

Fazer crescer a semente do Reino

Deus, fiel ao seu plano de salvação, continua, hoje como sempre, a conduzir a história humana para uma meta de vida plena e de felicidade sem fim, e convida-nos a olhar para a vida e para o mundo com confiança e esperança. É a mensagem principal da liturgia deste 11.º domingo do tempo comum.

Na primeira leitura, o profeta Ezequiel assegura ao Povo de Deus que deve continuar a confiar em Deus que é fiel à sua Aliança e nunca desiste de oferecer ao seu Povo um futuro de tranquilidade, de justiça e de paz sem fim.

Na segunda leitura, São Paulo recorda-nos que a vida nesta terra, finita e passageira, deve ser vivida com confiança, como uma peregrinação ao encontro de Deus, da vida definitiva.

O Evangelho apresenta uma catequese sobre o Reino de Deus, através das parábolas da semente que, lançada por Jesus, fará com que a realidade velha vá dando lugar ao novo céu e à nova terra que Deus quer oferecer a todos.

A primeira parábola é a do grão que germina e cresce por si só. A parábola refere a intervenção do agricultor apenas no ato de semear e no ato de ceifar. Não faz qualquer menção às demais ações do agricultor: arar a terra, regar a semente, tirar as ervas que a impedem de crescer. A questão essencial não é o que o agricultor faz, mas o dinamismo vital da semente. O resultado final não depende dos esforços e da habilidade do homem, mas sim do dinamismo da semente que foi lançada à terra. É Deus que dirige a marcha da história e que fará com que o Reino aconteça, de acordo com o seu tempo e o seu projeto. A parábola convida à serenidade e à confiança em Deus que não deixará de realizar, a seu tempo e de acordo com a sua lógica, o seu plano para os homens e para o mundo.

A segunda parábola é a do grão de mostarda. O narrador pretende, fundamentalmente, pôr em relevo o contraste entre a pequenez da semente e a grandeza da árvore. A comparação serve para dizer que a semente do Reino lançada pelo anúncio de Jesus pode parecer uma realidade pequena e insignificante, mas está destinada a atingir todos os cantos do mundo, encarnando em cada pessoa, em cada povo, em cada sociedade, em cada cultura. A parábola é um convite à esperança, à confiança e à paciência. O dinamismo de Deus que atua na história e oferece aos homens caminhos de salvação e de vida plena está bem presente nos factos aparentemente irrelevantes, na simplicidade e normalidade de cada dia, na insignificância dos meios.

Ao longo desta semana, procuremos contribuir para que a semente do Reino lançada por Deus no nosso coração cresça e dê frutos. Sempre para o louvor do Senhor, como rezámos no salmo responsorial.

Manuel Barbosa, scj
mjgbarbosa@gmail.com
www.dehonianos.org

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